Topo

Rivaldo diz que virou religioso após ouvir vozes anunciando que ia morrer

Juca Varella/Folhapress
Imagem: Juca Varella/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

24/11/2018 11h36

Evangélico praticante, o ex-jogador Rivaldo disse que resolveu “se entregar a Deus” depois de ouvir vozes em sua cabeça anunciando que ele morreria em um acidente de carro, em 2004. A história de sua conversão ao protestantismo foi relatada em uma entrevista ao jornal argentino “Clarín”, na qual o melhor jogador do mundo em 1999 também voltou a apoiar o presidente eleito Jair Bolsonaro.

“Eu não era crente. Mas em 2004 me aconteceu algo impressionante”, disse o pentacampeão mundial em 2002 com a seleção, mostrando ter se arrepiado ao lembrar da história.

“Eu tinha deixado o Cruzeiro e estava sem jogar. Nesse tempo comecei a escutar uma voz que me dizia que ia morrer em um acidente de trânsito. Escutava a voz a todo momento e muito clara. Depois outra voz me dizia que se eu acreditasse em Deus não ia morrer. O mais estranho é que me dava muita vontade de dirigir. Então eu dava qualquer desculpa para sair de carro.”

De acordo com Rivaldo, essas vozes se intensificaram em sua cabeça a ponto de ele realmente temer pela sua vida. Em uma viagem à cidade onde ele apareceu para o futebol, sua vida deu uma reviravolta:

“Um dia não podia mais. Fui só a Mogi Mirim, a 160 km de São Paulo. E toda a viagem estava essa voz, cada vez mais forte. Tinha a sensação de que esse dia ia acontecer algo. E me lembrava de alguns conhecidos que morreram em acidentes de trânsito. Meu próprio pai morreu em um acidente. Voltei com muito medo, passava longe dos caminhões. Quando cheguei em minha casa, saí do elevador e comecei a chorar como uma criança. Nesse dia decidi entregar minha vida a Deus. E nunca mais escutei essas vozes”, afirmou o antigo jogador do São Paulo, do Barcelona e do Milan.

Depois de relatar a história de sua conversão religiosa, Rivaldo foi então questionado pela reportagem do jornal argentino se sua ligação com a fé religiosa tinha alguma relação com o apoio público que ele tem mostrado ao presidente eleito Jair Bolsonaro. O ex-atleta, que pretende se tornar treinador, indicou que sim.

“Acredito que o Brasil precisa de uma pessoa forte”, afirmou Rivaldo. “Não é fácil viver no Brasil, há muita violência. E ele é um homem que tem demonstrado que quer mudar as coisas, e todas as igrejas estão apoiando ele.”

O repórter então afirmou que parte do discurso do presidente eleito “parece atentar” contra o progresso de setores sociais mais necessitados. Rivaldo respondeu: “É preciso esperar. São quatro anos e se ele vai mal, chegará outro para substituir. O Brasil precisa de um presidente, não alguém que ensine valores porque essas coisas se aprendem com a família. Ele é uma pessoa de Deus e se fizer algum mal, sabe da responsabilidade que tem. A Deus não se pode enganar."

O ex-atleta também elogiou Lionel Messi e disse que ele terá mais uma chance de vencer uma Copa do Mundo. Também elegeu o técnico argentino César Luis Menotti como referência para o início de sua carreira como treinador.

“Conheço ele, sei como é sua ideia e o que fez no futebol. Vi muitos vídeos, ele fala muito claramente de futebol. É um grande. Na sua idade ainda tem muita vontade de ensinar e quero aproveitar sua experiência”, afirmou o ex-jogador, sobre o treinador de 80 anos, campeão do mundo com a Argentina em 1978.