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Após pedir mais ousadia, pai de Richarlison aposta: "artilheiro da Copa"

Alex Pantling/Getty Images
Imagem: Alex Pantling/Getty Images

Caio Carrieri

Colaboração para o UOL, em Liverpool (ING)

30/11/2018 04h00

Enquanto Richarlison se consolida como uma das novas caras da seleção após a Copa da Rússia, a família do jogador se enche de orgulho, reforça os conselhos e sonha alto.

Quando fechou 2018 como uma das principais apostas de Tite no atual ciclo, o atacante teve como espectador no estádio uma das principais inspirações para a carreira no futebol. O pai, Antonio Carlos Andrade, desfruta dias na Inglaterra com o filho, e a visita começou com os últimos amistosos do Brasil no ano, contra Uruguai e Camarões, ambos disputados em solo britânico.

Artilheiro de campeonatos amadores em Nova Venécia, cidade natal de Richarlison no interior do Espírito do Santo, Antonio, como prefere ser chamado, demorou a confiar no que os olhos lhe mostravam quando Richarlison subiu mais que toda a defesa de Camarões para marcar o gol da vitória em Milton Keynes.

"É um sonho para nós da família, tem hora que eu nem acredito. Assistir ao vivo a ele jogar pela seleção é outra coisa, não sei nem explicar direito como é, uma alegria muito grande que não cabe em mim", admite. "Ele ainda vai muito longe. Acredito que vai estar na Copa de 2022 e eu já profetizei: vai ser o artilheiro'", aposta.

Pai de Richarlison, Antonio (à esquerda), e o tio, Elton - Caio Carrieri/Colaboração para o UOL - Caio Carrieri/Colaboração para o UOL
Pai de Richarlison, Antonio (à esquerda), e o tio, Elton
Imagem: Caio Carrieri/Colaboração para o UOL
Presente em todos os amistosos depois do Mundial da Rússia, Richarlison marcou três gols em seis partidas, sendo que em apenas uma delas foi titular - quando iniciou o duelo com El Salvador, em setembro, nos Estados Unidos, onde balançou a rede duas vezes.

"Fico pensando: 'o que se passa cabeça dele?' Quem vê ele no campo não fala que fora dos jogos ele ainda é uma criança. Ele tem a mente de criança. Sempre que vai para Nova Venécia nem fica tanto com a família, fica com a meninada, com os amigos de infância", relata sobre o filho de 21 anos.

Apesar da distância, Antonio mantém contato frequente com o jogador do Everton tanto pelo amor de pai quanto pelo papel de conselheiro com histórico de goleador na várzea. "Falo principalmente sobre chutes a gol. Ele finaliza muito bem, mas finaliza pouco. Já pedi para ele arriscar mais. Mesmo que erre, tem de chutar".

Richarlison sabe que a opinião de Antonio tem fundamento. Antes da meteórica ascensão, da estreia profissional à seleção em apenas pouco mais de três anos, o então garoto o seguia em todos os campinhos de Nova Venécia. Até por isso e pela possibilidade de continuar no meio do futebol, aos sete anos escolheu morar com Antonio após a separação dos pais.

"Naquela época nós íamos de caminhão para cima e para baixo jogar bola. As pessoas sempre percebiam que ele era bom, e eu treinava ele também", conta o ex-pedreiro.

Antes de retornar ao Brasil, Antonio assistirá a outro grande desafio de Richarlison. Neste domingo, o atacante fará a estreia no clássico de Liverpool, às 14h15 (horário de Brasília), em Anfield. Com seis gols em 11 jogos na Premier League, o brasileiro é o vice-artilheiro do Everton e já superou a marca de toda a temporada passada pelo Watford, pelo qual marcou cinco vezes em 41 atuações.