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Ex-Inter recomeça na Bulgária e lembra surpresa com seleção brasileira

Lateral-esquerdo Geferson em ação pelo CSKA Sofia - Divulgação/CSKA Sofia
Lateral-esquerdo Geferson em ação pelo CSKA Sofia Imagem: Divulgação/CSKA Sofia

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

06/12/2018 12h00

Em 29 de maio de 2015, uma convocação pegou todos de surpresa. Marcelo, cortado da seleção brasileira por lesão, deu lugar a Geferson. Então com 21 anos de idade e apenas 15 jogos pelo time principal do Internacional, ele disputou a Copa América chamado por Dunga. Três anos depois, a realidade é outra. Hoje aos 24 anos, o lateral esquerdo deixou o Colorado e recomeça na Bulgária, onde defende o CSKA Sofia. 

"Acho que não só para mim, mas para todos foi surpreendente. Eu não sabia que o Marcelo tinha sido cortado por lesão. Eu vinha fazendo uma boa temporada, jogando Libertadores, estadual. Isso acontece com quem trabalha, e eu vinha trabalhando muito forte. A repercussão foi enorme, liguei para os meus pais e os avisei, pegando eles de surpresa. Foi uma alegria muito grande para minha família", disse Geferson, ao UOL Esporte. 

Naquele ano, o lateral tinha assumido a titularidade há pouco tempo, depois que Fabrício, hoje no Vasco, havia sido afastado. E logo de cara teve chance na seleção principal. Mas ele não entrou em campo na competição, que acabou para o Brasil com a eliminação para o Paraguai nas quartas de final. 

De volta ao Colorado, Geferson sofreu, em seguida, uma queda brusca. Na semifinal da Libertadores, jogo de volta contra o Tigres, no México, marcou um gol contra que pesou na derrota por 3 a 1 e consequente eliminação do torneio. 

"O que aconteceu foi uma fatalidade e só acontece aquilo para quem está jogando. Infelizmente aconteceu comigo, e de alguma forma pode ter me prejudicado. Mas procuro não pensar nisso, procuro pensar daqui para frente, no meu futuro, nas coisas que desejo conquistar", lembrou. 

A sequência foi lesão, saída do time e negociações que o levaram para o Vitória em 2017 e para o CSKA Sofia em seguida. Hoje titular da equipe búlgara, ele elogia o futebol do país e acredita em evolução na carreira por lá. 

"Precisava atuar em um nível alto aqui para conquistar torcida, poder jogar e ser titular. Acho que venho fazendo isso aqui, até pelos meus números neste período na Bulgária. O campeonato aqui tem um bom nível, sim. Jogos competitivos, difíceis, clássicos com muita história, como os contra as equipe de Sofia, e rivalidades mais recentes, como a com o Ludogorets. O futebol daqui é de muito contato, muita marcação, muita velocidade... Acho que o futebol atualmente está assim em todo lugar do mundo", comentou. 

O CSKA Sofia é o maior campeão do futebol do seu país, com 55 títulos entre Campeonato Búlgaro e Copa da Bulgária. Contudo, não ergue uma taça há dez anos. Nesta quinta-feira (6), encara o Ludogorets, atual líder do campeonato com seis pontos na frente do time de Geferson. O ex-colorado disputou sete partidas na competição, após recuperar-se de uma lesão, e deu duas assistências. 

"É um clássico. Time deles tem vantagem por ser líder da competição, mas nossa equipe também é muito forte. Estamos unidos, muito focados para fazer um grande jogo e conquistar um grande resultado dentro de casa. A expectativa é enorme e a melhor possível", completou. 

Mesmo distante, ele ainda acompanha o Inter e vibrou com a campanha de 2018. "Acompanho sim. Até porque também deixei amigos lá, não só os jogadores, como pessoal da cozinha, da rouparia, da administração, da cozinha... Não é porque saí de lá que vou deixar de torcer. Até mesmo porque marcou muito a minha vida. Até parabenizo a todos pela boa campanha neste Brasileirão", afirmou.