Topo

Corinthians vai na contramão dos rivais e monta 2019 em função de Carille

aniel Augusto Jr/Ag. Corinthians
Imagem: aniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

Arthur Sandes

Do UOL, em São Paulo

03/01/2019 04h00

A temporada 2019 do Corinthians começa com um nome acima de todos os outros: Fábio Carille. Todo o planejamento foi feito em torno do treinador, que volta da Arábia Saudita com prestígio ainda mais elevado do que quando deixou o clube há oito meses. Ele recebeu os reforços que pediu à diretoria e ganhou carta-branca para refundar as bases do elenco à sua maneira, assim devolvendo a competitividade ao time.

É um plano muito diferente do traçado pelos maiores rivais. Se o Palmeiras tem elenco recheado de astros sob Felipão, e o São Paulo anuncia jogadores de peso para um técnico novato, no Corinthians o centro de gravidade da temporada é Carille. Os reforços alvinegros não são craques inquestionáveis, mas engrenagens adaptáveis ao seu modelo de jogo - o que mostra a confiança que o treinador inspira no clube.

Esta carta-branca pode soar inconsequente pelas escolhas recentes do treinador, mas ao Corinthians não resta alternativa senão apostar suas melhores fichas em Carille e no que este pode tirar do elenco. Em um cenário delicado financeiramente, o clube preferiu pagar cerca de R$ 3 milhões de multa pelo retorno do técnico em vez de manter Jair Ventura ou arriscar com outro treinador. Em resumo, o Alvinegro dobrou a aposta em Carille meses após ser trocado pelo futebol árabe.

Para prosperar, o projeto foi colocado em grande parte nas mãos do treinador. Não à toa, os nomes já anunciados pelo Corinthians se encaixam muito bem ao que Carille entende como o time ideal. Richard é um volante alto e com qualidade no passe; Ramiro exerce múltiplas funções e pode ser o motor da equipe; André Luis é um atacante agudo pelos lados? Todos devem ter funções claras dentro da estratégia a ser montada para a temporada.

Ainda não anunciado, Sornoza chega para dar opções na armação e revezar com Jadson na função de camisa 10. Mauro Boselli, que ainda precisa passar por exames, é visto como solução para o baixo aproveitamento recente nas finalizações. Faltam contratações para o setor defensivo, que se não for reforçado dependerá exclusivamente das mágicas de Carille para evoluir em relação a 2018 - quem sabe para algo próximo de 2017.

Individualmente, para Fábio Carille a situação atual é muito diferente da vivida há dois anos. Daquela vez havia baixa expectativa e uma certa desconfiança, mas o técnico surpreendeu todo o mundo e superou até os melhores prognósticos na campanha do heptacampeonato brasileiro. Desde então o cenário mudou, e agora o treinador volta ao Corinthians para criar o time à sua imagem e semelhança.