Topo

Boavista surpreende com pré-temporada em Dubai e ligação com xeque do Qatar

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

23/01/2019 04h00

Entre os grandes do Rio de Janeiro, o Flamengo tem carregado o selo de "clube ostentação" com contratações milionárias, salários altos e investimentos pesados. Entre os de menor investimento, essa alcunha já é do Boavista há algum tempo. Gerida por João Paulo Magalhães, a equipe de Bacaxá (RJ) realizou pela segunda vez consecutiva sua pré-temporada em Dubai, nos Emirados Árabes, graças à amizade do dirigente com o xeque Abdullah bin Mohammed Al Thani, presidente do Sharjah FC, time da Primeira Divisão local, e membro da família real do Qatar.

João Paulo é herdeiro da tradicional família Magalhães Lins, dona da Atlântica Boavista, que deu origem a Icatu Hartford. Filho do banqueiro José Luiz Magalhães Lins, conhecido na alta sociedade carioca, ele criou a Big Ball, empresa que em 2004 assumiu a administração do clube de Bacaxá fazendo uma revolução, mudando até mesmo o nome de Barreira para o atual Boavista Sport Club.

Boavista realizou amistosos em Dubai durante a pré-temporada - Eduardo Peralta / Boavista SC - Eduardo Peralta / Boavista SC
Boavista realizou amistosos em Dubai durante a pré-temporada
Imagem: Eduardo Peralta / Boavista SC

Sua chegada aos jogos da equipe já se notabilizou por se dar sempre por via aérea, mais precisamente de helicóptero, com o dirigente aterrissando dentro do campo do estádio Elcyr Resende de Mendonça antes de a bola rolar.

Influente, tem trânsito livre na Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) e prestígio com dirigentes de todos os clubes cariocas, como ficou comprovado mais uma vez na última sexta-feira (18), no evento de lançamento do Campeonato Carioca, no Maracanã. Na ocasião, conversou com exclusividade com o UOL Esporte sobre a segunda pré-temporada em Dubai e sua amizade com o xeque da família real do Qatar e responsável pela campana que levou a Copa de 2022 ao país.

"Ficamos muito agradecidos com o convite do xeque Mohammed Al Thani. Foi o segundo ano que ele nos convidou, e ficamos nas dependências deles. Foi muito bom. Tivemos essa experiência internacional. Para um clube de menor investimento como o Boavista, isso é algo muito positivo. Fizemos amistosos e foi muito proveitoso", declarou João Paulo.

O dirigente cogita agora retribuir a hospitalidade de Al Thani e deseja receber o Sharjah no Rio de Janeiro:

"Já existe uma parceria muito antiga entre o Boavista e o Sharjah. Quem sabe ela não possa crescer? De repente o Sharjah vem aqui um ano para podermos recebê-los. Foi uma grande honra poder vivenciar uma coisa dessas, principalmente num país tão bonito como os Emirados Árabes".

Famoso por trazer medalhões, clube aposta em Carlos Alberto

Carlos Alberto é o principal reforço do Boavista para o Carioca - Eduardo Peralta / Boavista SC - Eduardo Peralta / Boavista SC
Carlos Alberto é o principal reforço do Boavista
Imagem: Eduardo Peralta / Boavista SC

Desde que passou a ser gerido por João Paulo, o Boavista ficou conhecido por contratar os chamados "medalhões", que são jogadores que em algum momento já fizeram sucesso no futebol brasileiro. Já passaram por lá o goleiro Felipe (ex-Fla e Corinthians), Fellype Gabriel (ex-Fla, Botafogo e Vasco), Leandrão (ex-Vasco e Inter), o técnico Joel Santana, entre outros. Para 2019, a principal aposta é o meia Carlos Alberto, que passou por diversos clubes do país e que foi campeão mundial e da Liga dos Campeões com o Porto (POR).

Com uma boa estrutura para os jogadores e salários em dia, o cube ainda contratou o zagueiro Rafael Marques (ex-Vasco, Botafogo e Atlético-MG) e os atacantes Tartá (ex-Fluminense) e Pachu (emprestado pelo Botafogo).

"O Campeonato Carioca é muito difícil, as equipes são muito parecidas. Não é porque o Boavista contratou o Carlos Alberto que vai ter um resultado melhor que os outros. Tudo pode acontecer. O nível técnico é muito igual. Esperamos permanecer no grupo principal do Estadual para continuarmos nosso trabalho em 2020", declarou João Paulo.

Ano passado, o Boavista conseguiu chegar à final da Taça Guanabara, perdendo o título para o Flamengo na decisão.