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Pressão vira assunto na seleção, e Tite foge de resultado na C. América

Tite não quis falar em obrigação do Brasil ser campeão - Mariana Bazo/Reuters
Tite não quis falar em obrigação do Brasil ser campeão Imagem: Mariana Bazo/Reuters

Danilo Lavieri, Pedro Ivo Almeida e Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

25/01/2019 04h00

Tite tem sido obrigado a se acostumar com o tema "pressão" na seleção brasileira. Na última quinta-feira (24), nas entrevistas concedidas após o sorteio da Copa América, o técnico foi questionado de maneiras diferentes sobre a obrigação que sua equipe tem de vencer a competição.

Eliminado nas quartas de final da Copa do Mundo em 2018, o tema passou a ser constante em todas as aparições do comandante. Nesta quinta, o treinador foi evasivo na maioria das respostas e não falou nada sobre ter que conseguir ou não levantar o troféu, sempre usando expressões que já viraram sua marca registrada. Até na hora de falar de Neymar ele evitou ser incisivo.

"Sou obrigado a ter um grande desempenho. Eu olho a minha carreira e tenho 14 títulos. Tenho obrigação de representar, ser digno, um cara correto, competente. Essa obrigação eu tenho. De resultado, não", afirmou o comandante. 

Mas e se não ganhar, o que acontece, foi questionado o técnico. "Deixa ter o timing certo das coisas e eu te respondo lá na frente", fugiu. Mas você se sente pressionado? "Pressão eu tenho desde o meu primeiro jogo como técnico", escapou.

Não é só Tite que tem respondido sobre a pressão por resultados. O presidente eleito da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Rogério Caboclo, tem sido questionado internamente sobre o tema e ouve, de maneira repetitiva, críticas ao trabalho do técnico e também de Edu Gaspar, coordenador de seleções.

No início do mês, o cartola também foi questionado por jornalistas sobre o que o futuro reservaria para Tite caso o time fosse eliminado da Copa América. O dirigente usou o contrato para defender o técnico. "O contrato dele é de quatro anos", disse na ocasião.

Ainda assim, Caboclo sabe que um resultado ruim na competição, dentro de casa, aumentaria ainda mais a pressão em cima de Tite. A Copa América acaba em julho e a próxima competição programada no calendário está marcada apenas para março de 2020: o início das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022. Neste meio tempo, a seleção realizará somente amistosos.