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Sem planos de baixar ingressos, Palmeiras vê Avanti no caminho certo

Maurício Galiotte, presidente do Palmeiras - Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação
Maurício Galiotte, presidente do Palmeiras Imagem: Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação

Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

02/02/2019 04h00

Alvo de muitas críticas de torcedores neste início de ano após reajustar os planos do programa de sócio-torcedor Avanti em 20%, o Palmeiras não cogita, pelo menos por enquanto, reduzir os preços dos ingressos para jogos no Allianz Parque. A visão do clube é que os números mostram que o Avanti está no caminho certo, e que é impossível competir com os valores de uma década atrás, quando a realidade do futebol e do próprio time eram diferentes.

O clube não descarta fazer reduções pontuais no preço dos bilhetes em alguns jogos específicos, de menor procura, mas também não considera tornar isso uma prática rotineira. Um dos principais argumentos de quem critica os valores atuais é que o Allianz Parque poderia manter o patamar de renda atual se tivesse uma maior ocupação a preços menores. Na avaliação da diretoria, essa conta depende de muitas variáveis, como dia da semana, importância do jogo e momento do time.

O Palmeiras aponta que o futebol, hoje, movimenta muito mais dinheiro do que em outras épocas e tem custos muito mais elevados, ainda mais para um clube que tem a expectativa de disputar todos os títulos ano a ano. O crescimento dos valores envolvidos para uma equipe se manter em alto nível e com um estádio de primeira linha, segundo o clube, é muito acelerado, e o preço dos ingressos refletiria essa realidade. A combinação de Avanti e bilheteria é responsável por 20% da receita bruta do clube.

Ao mesmo tempo em que defende que o encarecimento do ingresso é necessário para equilibrar as contas, o Palmeiras tem se esforçado para rebater quem o acusa de elitizar o acesso ao Allianz Parque. Na última sexta-feira (1), uma nota oficial argumentou que o preço mais baixo de um ingresso hoje, o de um sócio-torcedor do Plano Ouro, é de R$ 48,33, mais baixo do que o em 2008, quando o bilhete mais barato custava R$ 56 em valores atuais, corrigidos pela inflação. Para se encaixar nesse exemplo, porém, o torcedor precisa pagar a mensalidade de R$ 144,99 e conseguir ir a três partidas por mês nos setores Gol Norte ou Superior Norte, que dão 100% de desconto.

O clube também considera que o ponto central do Avanti é estimular e recompensar os torcedores que são assíduos. Esses palmeirenses que vão aos jogos mais vezes possuem o "rating" mais alto e têm preferência na hora de comprar ingressos na pré-venda exclusiva para sócio-torcedores. Por isso, ao torcedor que só tem condição de ir ao estádio esporadicamente, restam os jogos menos importantes, de menor procura.

Por fim, o clube reconhece que o programa possui problemas e promete aumentar os investimentos para trazer melhorias a pontos como atendimento, comunicação e tecnologia. Porém, considera que há muito mais acertos do que erros na iniciativa e aponta o Avanti como referência entre os planos de sócio-torcedor do país, especialmente pelo Palmeiras ser hoje o time brasileiro com maior taxa de ocupação média em seu estádio.