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Time de Zico e Alex na Turquia vive drama e luta contra vexame histórico

Jogadores do Fenerbahçe lamentam; clube vive um dos piores momentos da história - Murad Sezer/Reuters
Jogadores do Fenerbahçe lamentam; clube vive um dos piores momentos da história Imagem: Murad Sezer/Reuters

José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo (SP)*

03/02/2019 04h00

O Fenerbahçe construiu uma relação com o futebol brasileiro e virou referência de grande time da Turquia durante a década passada. Das glórias dos tempos de Alex em campo e Zico no comando técnico, quando a equipe avançou até as quartas de final da Liga dos Campeões, ficaram as lembranças. Atualmente, o clube vive uma realidade distinta e pode protagonizar um vexame histórico: cair para a segunda divisão do país, um dos mais apaixonados pelo esporte.

Até a virada do ano, o Fenerbahçe conviveu semanalmente com a zona de rebaixamento. Duas vitórias consecutivas deixaram o time com 23 pontos em 20 rodadas. São apenas cinco de distância para a região mais indesejada da tabela, número que ratifica a campanha ruim. O Istambul Basaksehir, equipe de Robinho, lidera o torneio com 41.

Mas, afinal, o que ocasiona uma campanha tão ruim por parte do Fenerbahçe? Ainda mais em comparação aos rivais Besiktas e Galatasaray, que brigam por vagas nas competições europeias. Para Alex, uma mudança na filosofia com a nova diretoria trouxe o choque responsável por derrubar o clube para uma campanha muito abaixo do histórico.

Presidente desde o ano passado, Ali Koç modificou a política de contratações. Saíram jogadores mais experientes e consagrados e vieram atletas mais jovens e que necessitariam de adaptação. No auge, quando Zico comandou a equipe rumo às quartas de final da Liga dos Campeões de 2008, o elenco possuía nomes como Roberto Carlos, Diego Lugano, Edu Dracena e Deivid.

"Quando a nova diretoria abriu as contas, viu que o buraco era muito mais embaixo do que se observava por fora. O Fener contratava jogadores com certa bagagem, mas o novo presidente quis trazer jovens, e tiveram um início ruim com o Phillip Cocu como técnico, a coisa não aconteceu", afirmou Alex, em conversa com o UOL Esporte.

"Assumiu o auxiliar, também holandês, e não aconteceu. O principal mesmo é esta mudança de filosofia, não imaginavam pegar algo bem pior do que imaginavam", acrescentou o ex-meia e atual comentarista dos canais ESPN.

A Era de Ouro do Fenerbahçe descrita por Alex teve a presidência de Aziz Yildrim entre 1998 e 2018. Neste período, além da campanha histórica na Liga dos Campeões que parou somente no Chelsea, o clube conquistou seis ligas e duas copas.

Um dos maiores símbolos deste período e homenageado com uma estátua no clube, Alex prevê um fim de temporada mais tranquilo, sem a ameaça do vexame histórico da queda para a segunda divisão.

"Ganhou jogo de adversário direto agora [vitória por 2 a 0 sobre o (Goztepe Izmir) e subiu para o 11º lugar. Eles devem terminar a liga no meio da tabela, provavelmente com a pior campanha da história, mas acho que sem risco de cair", analisa.

"Agora é o treinador Ersun Yanal, que assumiu em dezembro, começar a imaginar um time para a temporada seguinte", comentou Alex, que, mesmo de longe, segue conectado com o clube que o idolatra.

* Colaborou Napoleão de Almeida