Topo

Cafu faz apelo para manter fundação em SP: "Não temos apoio do governo"

Boris Streubel/Getty Images for Laureus
Imagem: Boris Streubel/Getty Images for Laureus

Marcus Alves

Colaboração para o UOL, de Mônaco (FRA)

18/02/2019 04h00

O tetracampeão mundial Cafu admitiu que enfrenta dificuldades para comandar a sua fundação, batizada com o seu nome. Em 2018, ela passou por turbulências que incluíram salários atrasados e até mesmo a realização de uma greve por parte de funcionários insatisfeitos com a situação. O ex-lateral direito ainda não consegue enxergar uma saída para a crise que enfrenta em seu projeto e culpa a crise do país pela fuga de apoiadores.

O drama atravessado, pela organização que funciona no Jardim Irene, região localizada na periferia de São Paulo e eternizada na comemoração do pentacampeonato em 2002, foi revelado pelo UOL Esporte em novembro.

Desde então, segundo Cafu, a fundação, liderada pelo seu irmão Marcelo Evangelista de Moraes, tem lidado com problemas para captar recursos no mercado e, assim, manter em funcionamento a sua estrutura de suporte para diversas crianças carentes.

"Ela ainda tem essas dificuldades. Somente está (funcionando) porque mantenho sozinho a Fundação Cafu. A cada evento que nós fazemos, é um alívio que leva para a fundação. Quando não faz evento, infelizmente a gente fica nessa dificuldade que está porque não temos apoio das pessoas que poderiam apoiar mais o trabalho das fundações no Brasil, não temos apoio do governo, que poderia ajudar mais", afirmou, em entrevista ao UOL Esporte.

Um dos embaixadores do prêmio Laureus, mais conhecido como Oscar do Esporte e que será realizado nesta segunda-feira (18), no principado de Mônaco, o ex-atleta de 48 anos não vê um horizonte muito animador dentro de casa.

"Infelizmente, a crise que bateu no Brasil fez com que as empresas cortassem verbas de instituições. Infelizmente, as instituições sem fins lucrativos como é a minha acabam sendo prejudicadas e às vezes até acabam fechando as portas por falta de verba", prosseguiu.

Seria essa uma possibilidade a curto e médio prazo para o trabalho que Cafu faz em seu berço natal? Ele não descarta isso.

"A gente não queria que isso acontecesse. O que a gente não pode é passar a situação que estamos passando e de repente interromper o sonho aí de mais de 950 crianças, que é a única coisa que eles têm dentro do Jardim Irene, da sua periferia, que é o trabalho da sua fundação", concluiu.

Até o fim do último ano, a Fundação Cafu contava com 17 funcionários.