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Sem investidor, Atlético-MG prioriza dívidas e reforça ataque gratuitamente

Sérgio Sette Câmara prioriza pagamento de dívidas no Atlético-MG - Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG
Sérgio Sette Câmara prioriza pagamento de dívidas no Atlético-MG Imagem: Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

09/03/2019 04h00

Sérgio Sette Câmara, presidente do Atlético-MG, adotou uma postura distinta de seus antecessores. Sem dinheiro em caixa, contou com auxílio de investidores para contratações que demandassem gastos elevados. Para o ataque, por exemplo, priorizou jogadores que chegaram de forma gratuita, como Geuvânio. O foco da gestão é quitar dívidas contraídas em administrações passadas.

O equacionamento das finanças se tornou o foco da diretoria. Capitaneado pelo presidente, o trabalho conta com ação direta de quase todos os membros da cúpula. O caso mais evidente foi o pagamento de 3,2 milhões de euros (R$ 13,9 milhões) ao Al-Gharafa, do Qatar, pela compra de Diego Tardelli em fevereiro de 2013.

Antes disso, a diretoria já se acertou com Dínamo de Kiev, Boca Juniors, Sporting e Spartak Moscou pelas aquisições de André, Cáceres, Elias e Rafael Carioca, respectivamente. Todos os negócios foram feitos por mandatários anteriores. Alexandre Kalil e Daniel Nepomuceno são os responsáveis.

A atual gestão herdou também débitos pelas compras de Rómulo Otero, do Huachipato, e Douglas Santos e Maicosuel, da Udinese, e tenta negociá-los. 

Outra dívida que é discutida é a referente à aquisição de Yimmi Chará. O Galo conversa com o Junior Barranquilla, da Colômbia, sobre o parcelamento de uma prestação de 1 milhão de dólares (R$ 3,87 milhões), vencida em novembro de 2018. Este é o único débito contraído pela atual gestão. Mesmo assim, o atleta foi adquirido por US$ 6 milhões, sendo metade (US$ 3 milhões) paga por Ricardo Guimarães, ex-presidente do Atlético e proprietário do Banco BMG.

Com uma dívida bastante elevada na Fifa, o Atlético tem feito pouco investimento para buscar nomes para o setor ofensivo. Em 2019, por exemplo, não precisou onerar os cofres para contar com atletas para o ataque.

O mais novo contratado, Geuvânio, só se mudou para a Cidade do Galo por conta dos problemas recente do Tianjin Tianhai, da China. O ex-clube do atacante enfrenta dificuldade financeira e chegou a ter mais de três meses de salários atrasados.

Sem o elevado vencimento de R$ 1,2 milhão por mês recebido na Ásia, se acertou com o Atlético por um montante bem inferior ao teto salarial do clube - R$ 500 mil mensais. Ele assinará até o fim do ano, com opção de renovar por mais 12 meses.

A chegada do Geuvânio não é a única que ocorreu de forma gratuita para o ataque. Maicon Bolt rescindiu com o Antalyaspor, da Turquia, para retornar ao Brasil e defender o Galo. Os problemas também eram semelhantes. O seu ex-time não vinha pagando os salários em dia. O fato fez com que o atleta optasse pela quebra do compromisso para firmar vínculo com os mineiros até o fim de 2021.

Rafael Papagaio também chegou à Cidade do Galo sem custos. O atacante de 19 anos foi emprestado pelo Palmeiras ao clube de Belo Horizonte até dezembro de 2019 e os mineiros têm que pagar somente os salários, avaliados em R$ 50 mil mensais.

O meia-atacante Vinícius desembarcou em Belo Horizonte de forma gratuita. Ele havia deixado o Bahia em dezembro de 2018, ao fim do contrato, e procurava um novo clube desde então. Em janeiro passado, a diretoria do Atlético se reuniu com Francisco Godoy, agente do atleta, para fechar o acordo em definitivo por duas temporadas.

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