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Dátolo se declara ao Atlético-MG e diz que Levir não quis sua volta

Dátolo fala sobre sonho de jogar pelo Atlético-MG novamente: "Eu tentei voltar"  - Bruno Cantini/Atlético-MG/Divulgação
Dátolo fala sobre sonho de jogar pelo Atlético-MG novamente: "Eu tentei voltar" Imagem: Bruno Cantini/Atlético-MG/Divulgação

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

22/03/2019 04h00

Jesus Dátolo nasceu em Carlos Spegazzini, na região metropolitana de Buenos Aires. O coração, no entanto, não está nas imediações da capital argentina. Pelo contrário. O meia-atacante se apaixonou pelo Atlético-MG e sonha com uma volta ao clube, com o qual venceu Copa do Brasil e Recopa Sul-Americana.

Hoje no Banfield, onde fez três gols e deu uma assistência nos últimos seis jogos, o jogador não esconde de ninguém que o seu desejo é retornar à Cidade do Galo. Nos últimos dias, inclusive, chegou a conversar com o presidente Sérgio Sette Câmara sobre um retorno, mas ouviu que Levir Culpi não tem interesse em sua contratação. A informação foi divulgada inicialmente pela Rádio 98fm.

"Se falam do Galo, é uma coisa que eu penso, eu voltaria. Se eles me chamam, eu vou fazer o possível para voltar. Eu tive uma conversa com o presidente [Sérgio Sette Câmara], e o presidente falou para mim: "Nós queremos você". Mas o Levir falou que nesse momento não contava comigo. Eu falei para o presidente colocar o número que ele quiser [de salário], não pretendia nada, só queria jogar, vestir a camisa do Atlético e ajudar o time", disse o jogador de 34 anos ao UOL Esporte.

"Eu conheço o Atlético, sei como funciona, sei como ganhar títulos. Então, eu falei isso com o presidente. Se ele quisesse fazer o contrato para me pagar por jogo, estava disposto. O que me parece é que eles queriam, mas o treinador falou que não. Sou muito respeitoso. Se o treinador não quer, não posso fazer mais nada. Eu tentei voltar", acrescentou.

Mesmo que tenha renovado o contrato recentemente com o Banfield, o novo vínculo se encerra em julho de 2020, o meio-campista não esconde o carinho pelo clube em que se tornou ídolo da torcida.

Dátolo defendeu as cores do Atlético-MG entre 2013 e 2016 - Bruno Cantini/Atlético MG - Bruno Cantini/Atlético MG
Dátolo defendeu as cores do Atlético-MG entre 2013 e 2016
Imagem: Bruno Cantini/Atlético MG

"Não tem como não ser torcedor do Atlético. Eu vivi muita coisa com o Atlético. Eu tenho uma história com o Atlético que ninguém pode tirar. E o amor é recíproco com o torcedor. Eles sabem que o meu amor é verdadeiro. Mesmo se eu não jogar, vou estar torcendo sempre para o Atlético. É isso que os caras me mostraram. Eles me abraçaram, e eu os abracei. Isso é um amor recíproco, nunca vai mudar. Seria emocionante voltar, vestir novamente a camisa do Atlético. Se não der certo, meu amor vai continuar sempre. O respeito pelo torcedor é impressionante", declarou.

Sem transmissões dos jogos na Argentina, Dátolo costuma entrar em contato com amigos brasileiros para saber sobre os placares dos jogos do Galo. Bárbara, sua cônjuge, também o ajuda nisso, mesmo que seja torcedora do arquirrival Cruzeiro:

"Eu amo Belo Horizonte. A minha filha [Valentina] nasceu na cidade, a minha mulher é da cidade. Mas ela é torcedora do Cruzeiro, ninguém pode ser perfeita", disse em tom de brincadeira.

Em bate-papo com o UOL Esporte na tarde de ontem, o meia-atacante falou sobre o amor pelo Atlético e o momento que vive na Argentina. Confira, abaixo, alguns trechos da entrevista:

Primeira passagem pelo Atlético-MG

O meia vive disso, de dar passe para que os atacantes façam gols. Os números são muito bons, mas a gente depende do atacante. Às vezes, você dá assistências e o atacante não faz gols, mas nessa época deu tudo certo, fomos campeões da Copa do Brasil, da Recopa Sul-Americana, fizemos um bom Campeonato Brasileiro... Tínhamos um time muito bom, com boas peças de reposição e muito entrosamento. É por isso que me destaquei. Era um grupo muito bom também.

Futuro no futebol

A minha cabeça está muito bem hoje. Quando eu estava no Brasil, nos últimos tempos, eu não me sentia bem, minha cabeça estava um pouquinho confusa. Eu tinha ficado dez anos fora do meu país. Isso é difícil para qualquer jogar. A minha volta à Argentina deu uma melhorada. Eu me sinto muito bem e muito preparado para jogar bola em qualquer lugar. Eu não tive praticamente lesão, faz um ano e pouco. Ficou para trás. Nos últimos tempos de Atlético, não estava bem, porque às vezes, um monte de coisa me prejudicava para eu jogar. Eu queria ficar no Atlético, porque sentia que podia ficar ali e me recuperar. Mas a diretoria não quis a minha renovação, então tive que buscar o meu futuro. Meu nível está muito alto, melhorei muito. Não sei até quando vou jogar, mas eu posso te falar que estou bem física e mentalmente.

O que prejudicou no Galo

Um monte de coisa, às vezes, a preparação para eu voltar a jogar depois de uma lesão, a minha cabeça também, estava muito cansado, às vezes, as exigências de trabalhos. Porque, hoje, eu comando o meu trabalho. Eu sei o que é muito, o que é pouco. Eu trabalho diferente, conheço o meu corpo. É isso, aprendi a conhecer o meu corpo e sei quando parar e quando começar. É isso que me mudou um pouco.

Momento na Argentina

Eu estou bem, muito feliz aqui. Meu momento é muito bom, os últimos oito jogos fiz três gols e dei uma assistência. Esse último jogo não consegui jogar porque tiraram meu dente. Estou fisicamente muito bem, estou muito feliz na Argentina. Quando um jogador se sente bem, tudo é melhor, tudo funciona.

Reencontro com o Boca Juniors na Argentina

Vai ser um jogo muito difícil, porque é a primeira vez que eu jogo na Bombonera. A primeira depois que saí do Boca Juniors. Já joguei antes, na primeira passagem pelo Banfield. Vai ser um momento muito especial, estou num time de coração, que me deu chance de jogar primeira divisão e é contra o Boca, que sou torcedor. Serei profissional, respeitarei a camisa que estou vestindo. Minha cabeça vai lembrar os momentos muito bons que tive no Boca Juniors, vai ser difícil, mas também será bom, momento de lembrança e muita história que fiz no Boca.

Volta ao Banfield

Eu também sou um cara agradecido. Eu sou um cara que também queria demonstrar ao clube que me deu oportunidade de jogar a primeira divisão o meu carinho e o meu respeito. Por isso que eu voltei. Estou muito agradecido com o presidente Eduardo Spinoza, tenho um carinho muito especial com o presidente. A minha família mora perto do estádio, conheço muito bem o clube. É muito carinho que me fez voltar.

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