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Coutinho vê pior momento desde 2016, mas tem boa vontade de Tite na seleção

Danilo Lavieri

Do UOL, no Porto (Portugal)

24/03/2019 12h00

Philippe Coutinho não vive o melhor momento técnico de sua carreira. Em fase irregular no Barcelona, o jogador repetiu o fraco desempenho no amistoso de ontem com a seleção brasileira que terminou em 1 a 1 com o Panamá. Sua atuação, inclusive, colocou seu nome entre os mais comentados pelo mundo no Twitter. Ainda assim, ele mantém a sua vaga cativa no meio-campo titular de Tite. Por quê?

O jovem revelado pelo Vasco encantou Tite durante as Eliminatórias da Copa. Ele teve uma ascensão meteórica até conquistar a vaga de titular na Copa do Mundo e vive dos louros do passado até hoje para manter seu espaço. Fez um golaço na estreia e foi apontado como grande ponto de equilíbrio para dividir a responsabilidade com Neymar. Agora, o meio-campista é uma exceção no ditado repetido pelos treinadores de que futebol é momento.

No jogo amistoso no Estádio do Dragão, Tite trocou Lucas Paquetá e Arthur, mas manteve o atleta do Barcelona apesar do péssimo desempenho. Foi questionado mais de uma vez sobre isso na coletiva de imprensa. Na primeira, tentou usar termos táticos para defender as suas trocas.

Depois, o próprio treinador admitiu que tem um pouco mais de boa vontade com Coutinho. Usando a palavra complacência, o gaúcho afirmou que sabe do que seu atleta é capaz e disse que o último ano em alta fez o nível de cobrança subir.

"O Coutinho criou uma expectativa muito alta na gente. Desde a eliminatória, ele teve uma temporada muito alta. Agora, ele está pagando o preço do padrão alto que ele teve. Por ser diferenciado, ele tem uma manutenção porque é de confiança, o técnico sabe que ele pode render. Talvez, o técnico tenha complacência porque sabe que qualidade tem, nível de maturidade ele tem", afirmou o comandante.

Os números mostram que Coutinho realmente apresenta uma queda na qualidade de seu futebol. Essa é a pior temporada das últimas quatro. São cinco assistências e nove gols em 41 jogos disputados da Copa até aqui.

Na temporada passada, foram 14 assistências (quase o triplo) e 22 gols (mais que o dobro) em 42 jogos disputados. Entre 2016 e 2017, ele disputou 36 partidas, deu nove assistências (quase o dobro) e fez 14 gols. Já entre 2015 e 2016, foram 43 jogos, com sete assistências e 12 gols.

Não é à toa que os jornais espanhóis cogitam que o Barcelona já pensa em uma eventual negociação. Os catalães, segundo a imprensa local, pensam em recuperar ao menos parte dos 160 milhões de euros (mais de R$ 700 milhões na cotação atual) investidos para tirá-lo do Liverpool.

No ambiente da seleção, Coutinho não tem só a defesa de Tite. Querido pelos seus companheiros, ele foi defendido mais de uma vez na zona mista. Casemiro foi o mais enfático, destacando todas as qualidades e seu passado recente com excelente desempenho com a camisa da seleção brasileira.