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Da incerteza ao Tri: como Corinthians conquistou 30º título aos tropeções

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Artur Sandes, Bruno Grossi e José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

21/04/2019 20h45

Com futebol vistoso ou não, o que importa para o torcedor do Corinthians hoje é que o time tem cada vez menos espaço livre em sua sala de troféus. Isto posto, cabe o asterisco de que o 30º título do Campeonato Paulista conquistado na Arena, na vitória por 2 a 1 sobre o São Paulo, é o desfecho glorioso de uma campanha longe de ser brilhante.

Não faz mal vencer o título na superação; a questão neste ano é que o Corinthians parece jogar menos do que pode. Se a atuação foi ótima contra o Santos, na primeira fase do Estadual e no primeiro jogo da semifinal, há duas semanas o sufoco passado no Pacaembu foi quase indesculpável. Nas finais não houve retranca, mas de novo faltou futebol. O próprio Fábio Carille admite que o time está devendo, ainda que exalte a competitividade.

"Quando não estivemos bem tecnicamente, nós demos resposta na vontade, na determinação. Nenhum dos grandes manteve um nível alto o tempo todo [neste ano]", opinou o treinador na entrevista coletiva que concedeu após o título. Questionado sobre o mérito da conquista, Carille foi sincero. "Foi o que a gente menos merecia. Mas não preciso esperar a imprensa e a torcida falarem que podemos ser melhores", disse.

Desde o começo da temporada tem sido assim: o Corinthians joga apenas o suficiente, nada mais. O time não "sobrou" em nenhum jogo sequer em 2019 e passou por situações bem delicadas no mata-mata do Paulistão: pênaltis contra Ferroviária-SP e Santos, e gol do título aos 44 minutos da etapa final contra o São Paulo.

Pode parecer um contrassenso cobrar um time que acabou de ser campeão, mas os momentos vistosos do Corinthians foram raros em 2019. Não à toa Carille teve que reunir o elenco em certo momento e blindar todo o mundo das críticas que vinham de fora. "Ele nos juntou e deu parabéns por estarmos na final, porque vinham muitas críticas", relembra Fagner, referindo-se ao pós-jogo da segunda semifinal contra o Santos, há duas semanas. "Ele tentou filtrar as críticas e falou que era normal oscilar, mas que também poderíamos jogar mais", relata o lateral direito.

Nas decisões contra o São Paulo, dois jogos muito estudados e pouco jogados. O clássico do domingo passado (14) ficou no zero, com pouquíssimos lances de emoção; hoje foi melhor, mas o Corinthians de novo jogou apenas o suficiente para fazer os dois gols e manter o rival também em baixo ritmo.

Foram raros os momentos de futebol vistoso do Corinthians neste ano, mas por enquanto o jogo truncado e de poucas alternativas tem sido suficiente. Além do título estadual, o Alvinegro segue vivo na Copa Sul-Americana e na Copa do Brasil, pela qual a equipe volta a campo às 21h30 (de Brasília) desta quarta-feira (24), contra a Chapecoense.

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