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Neymar critica jovens do PSG e diz que "não é um time que vai longe"

De volta ao time titular, Neymar fez gol e deu assistência contra o Rennes - Anne-Christine Poujoulat/AFP
De volta ao time titular, Neymar fez gol e deu assistência contra o Rennes Imagem: Anne-Christine Poujoulat/AFP

João Henrique Marques

Do UOL, em Paris

28/04/2019 04h00

O desabafo de Neymar após a derrota do Paris Saint-Germain na final da Copa da França foi destinado aos jovens jogadores do elenco. O brasileiro detalhou problemas de comportamento no vestiário e fez pesadas críticas.

"O balanço que faço é de ser mais homem dentro do vestiário, mais unido. Todo mundo [tem de] correr. Pelo que vejo ali, tem muito jovem que é um pouco, não digo perdido, mas faltam mais ouvidos do que a própria boca", criticou Neymar.

"Algum cara mais experiente fala e eles retrucam. Ou o próprio treinador fala e eles retrucam. Isso não é um time que vai longe ou que vai ter sorte no final. A gente peca nisso. Precisamos ter mais inteligência de administrar isso. Eles mais do que nós. A gente tem bagagem e eles precisam respeitar mais, da mesma forma que eu, quando comecei, escutava bastante e respeitava. Eles precisam seguir esse caminho também", complementou.

No elenco do PSG, os franceses Dagba, 20 anos, e Diaby, 19, são os jovens em primeira temporada no clube. Os dois atuaram na final diante do Rennes. Já Kimpembe, 22, e Mbappé, 20, são jogadores presentes na maior parte dos jogos do time na temporada.

Veja mais trechos da entrevista de Neymar:

Sobre a derrota

"Sentimento ruim. Perder qualquer tipo de jogo é sempre ruim, ainda mais sendo final. Todos chateados e tristes, mas temos a consciência da partida que a gente fez. Fizemos um primeiro tempo bom, e deixamos a desejar no segundo [tempo]. Mas agora já foi. Agora não temos que chorar pelo leite derramado, não há mais o que fazer."

Sobre o retorno

"Estou feliz por ter voltado bem, sem nenhuma dor e, na minha opinião, fiz bom jogo, com gol e assistência. Mas o sentimento de felicidade é pequeno dentro de mim hoje. Eu joguei os 120 [minutos], pô. Eu me preparei, treinei três meses para isso. Teria condição de jogar o tempo todo."

Sobre a marcação do Rennes

"Acho que não miraram o meu pé direito. Eles tentaram chegar na bola, mas a maioria das vezes não conseguem chegar e acabam me acertando. Isso é normal. Acho que não vi deslealdade ainda. E, se eu enxergar isso, vou falar e xingar. Sou jogador agressivo, que vai para cima e dribla, busca a jogada para o time. Então, estou apto a receber faltas mais duras, isso é normal."

Sobre o futuro no PSG

"Estou bem, minha cabeça está tranquila e agora é terminar a temporada. Não temos mais o que fazer. Já ganhamos a Liga, mas temos que fazer os jogos que nos restam e começar a preparar a cabeça para a Copa América."

Sobre Mbappé

"Agora não é hora de conversar [com Mbappé]. Claro que ele é muito jovem ainda, e tem muito o que aprender. Não só ele. Mas ele vai saber que ele está mais visado agora. Qualquer falta que ele fizer mais dura, com ele será amarelo, vermelho. Infelizmente é assim. Na minha opinião, o árbitro não foi bem. Na minha falta, eu tomei amarelo e não era para isso. Aí você joga 45 minutos com amarelo nas costas. São coisas que precisam ser analisadas também."