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Brasil indica interesse em sediar novo Mundial de Clubes em 2021

Real Madrid comemora título do Mundial de Clubes em 2018 - Suhaib Salem/Reuters
Real Madrid comemora título do Mundial de Clubes em 2018 Imagem: Suhaib Salem/Reuters

Jamil Chade

Do UOL, em Paris

03/06/2019 04h00

Depois de receber a Copa do Mundo de 2014, Olimpíada de 2016 e Copa América em 2019, o Brasil quer voltar a estar no centro das atenções do planeta do futebol. Os cartolas brasileiros já indicaram à Fifa que querem sediar a primeira edição do novo Mundial de Clubes, planejada para ocorrer em 2021 com 24 times de todo o planeta e que promete ser uma mina de receita e de interesse global.

O novo formato é um projeto pessoal do presidente Gianni Infantino, que nesta semana será reeleito para mais quatro anos no comando da Fifa. Ele convenceu federações a abandonarem o atual modelo de um torneio de clubes por temporada e passar a organizar um só megaevento a cada quatro anos.

O primeiro no novo formato ocorrerá em 2021, substituindo a finada Copa das Confederações. Alguns grandes clubes europeus insistem que não querem o evento. Mas a rejeição é interpretada na Fifa apenas como um sinal de que esses grandes times querem barganhar outras vantagens em troca da organização do evento.

Pelo projeto, os europeus teriam doze dos 24 times, contra cinco para a América do Sul, além de um número específico para América do Norte, África e Ásia. Na prática, o Brasil estima que, ao atrair o torneio para o país, estará fazendo desembarcar nos estádios locais uma verdadeira Copa do Mundo.

Para o país, o Mundial seria mais uma oportunidade de dar uso aos estádios da Copa. As projeções ainda apontam que, com clubes "globais" em campo e torcedores de clubes como Barcelona, Real Madrid e Liverpool em qualquer canto do país, não seria difícil lotar todos os jogos.

Em 2000, o Brasil também recebeu um Mundial de Clubes da Fifa. Mas com um formato reduzido, poucos clubes europeus e uma promoção incipiente, o torneio viu vários dos jogos com estádios vazios.

Para 2021, o grande concorrente deve ser a China, que quer também entrar na rota dos grandes torneios mundiais antes de se apresentar para sediar a própria Copa do Mundo. Pequim, além de dar demonstrações de interesse, desembarcou com muito dinheiro na Fifa em 2018, substituindo patrocinadores que haviam desaparecido com os escândalos de corrupção da entidade em 2015.

Fundo volta à pauta

Inicialmente, o novo Mundial fazia parte de um projeto de Infantino de vender os torneios para fundos de investidores internacionais.

O projeto, por enquanto, foi suspenso diante da resistência em relação à origem dos recursos e o controle dos torneios por parte de empresários.

Pelo projeto, cada edição do Mundial de Clubes renderia US$ 3 bilhões, e o torneio seria disputado entre 2021 e 2033. O valor seria superior ao que a Copa do Mundo gerou em 2006 e 2010.

Mas cartolas em Paris acreditam que, depois das eleições de Infantino nesta semana, o assunto voltará à agenda dos cartolas.

Antes de 2021, os torneios de clubes de 2019 e 2020 serão mantidos no atual formato, com os campeões da Uefa, da Conmebol e das demais confederações. O Mundial de clubes de 2019 e 2020 deve ser no Catar.