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Amistoso no Beira-Rio tem reflexos de Gre-Nal com "gaúchos" da seleção

Alisson, goleiro da seleção brasileira, durante o amistoso contra Honduras - Guilherme Hahn/AGIF
Alisson, goleiro da seleção brasileira, durante o amistoso contra Honduras Imagem: Guilherme Hahn/AGIF

Danilo Lavieri, Marcelo Rizzo, Marinho Saldanha e Pedro Lopes

Do UOL, em Porto Alegre

10/06/2019 04h00

Dois jogadores viveram emoções diferentes no amistoso do Brasil contra Honduras, ontem, no Beira-Rio. Enquanto Alisson teve apoio total da torcida no Beira-Rio e até ouviu pedidos para cobrar o pênalti marcado no primeiro tempo para a seleção, Everton conviveu com vaias. As duas reações, opostas, são normais quando você lembra que o goleiro foi revelado pelo Inter, dono do estádio em que foi realizada a partida, e que o atacante é atleta do Grêmio.

Everton entrou no segundo tempo, mas ainda antes de pisar no campo foi acompanhado por aplausos e vaias. Quando o sistema de som do estádio anunciou seu nome, as reações foram opostas. Ainda que muitos torcedores do Grêmio estivessem presentes, os colorados eram maioria e se fizeram ouvir vaiando o atacante de lado de campo. Quando ele entrou, o expediente seguiu.

"O professor sempre pede concentração e deixar que coisas externas não nos atrapalhem. O treino de ontem foi exemplo disso. Hoje levei para o campo, pude tirar de letra (as vaias) porque era algo que eu já esperava",disse. A cobrança da torcida em tom de rivalidade local não impediu o Cebolinha de, por exemplo, dar assistência para um dos sete gols da seleção.

E se ele viveu o lado ruim da dicotomia no Sul, Alisson viveu o bom. Cria da base do Inter, o jogador foi celebrado a cada toque na bola. E quando houve o pênalti marcado para a seleção, da torcida veio o pedido para que ele cobrasse. "Eu ouvi o pessoal pedindo para eu cobrar, mas não tem como, ali é seriedade", sorriu. "Agora não é o momento deste tipo de decisão. Estamos muito focados no nosso objetivo. Um dia, se eu vier jogar um jogo festivo, bato este pênalti. Mas nosso trabalho é muito sério e levamos muito a sério o que fizemos dentro de campo",disse o goleiro. Com as mãos, Alisson foi pouco exigido pelo número restrito de investidas do ataque de Honduras.

Arthur, também com passagem recente pelo Grêmio, por outro lado, não sofreu os reflexos da rivalidade vestindo a camisa da seleção. Hoje no Barcelona, o meio-campista recebeu o mesmo carinho que qualquer outro jogador alheio a este contexto.

O Brasil venceu Honduras por 7 a 0 no último amistoso antes da estreia na Copa América. O jogo inaugural pela competição continental está marcado para dia 14, contra a Bolívia.