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Por que artilheiro do Brasil recusou proposta para jogar na Série A

Edson Cariús (ao centro) em ação com a camisa do Ferroviário - Pedro Chaves/AGIF
Edson Cariús (ao centro) em ação com a camisa do Ferroviário Imagem: Pedro Chaves/AGIF

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL

12/06/2019 12h00

Ninguém marcou mais gols no Brasil na temporada 2019 até aqui que Edson Cariús, do Ferroviário, do Ceará. Com 18 gols em 18 jogos antes do fim da 7ª rodada da Série C, Cariús ganhou até lobby do clube para substituir Neymar na seleção, após o corte do astro do PSG

Aos 30 anos, nascido José Edson Barros da Silva, adotou o nome da cidade em que nasceu como referência no futebol. Cariús é um município de menos de 20 mil habitantes localizado a 400 km da capital Fortaleza, no Ceará. O jogador, que balançou a rede do Corinthians por duas vezes na Copa do Brasil 2019, começou a jogar futebol apenas aos 23 anos. E rejeitou um convite para disputar a Série A pelo Ceará após negociação confusa em que o Vozão atribui uma oferta e o Ferrão afirma ter recebido uma proposta aquém da desejada.

"Hoje o Ferroviário representa muito pra mim, foi uma equipe que abriu as portas pra mim e acreditou no meu futebol. Só tenho que agradecer ao Ferroviário. Eu acredito no acesso dessa equipe para a Série B", disse, em declarações enviadas pela assessoria de imprensa do clube. Cariús também falou sobre o "não" ao Ceará:

"O sonho é de poder um dia jogar um Brasileiro de Série A. Tive essa chance quando surgiu a proposta do Ceará, mas naquele momento eu não poderia sair do Ferroviário da forma que eles queriam. Eu tive de respeitar a torcida e isso foi muito gratificante. Não foi uma decisão fácil, mas Deus nos guiou. Decidi continuar com o projeto de subir para a Série B e esperamos que a gente possa continuar nosso trabalho como a gente vem desempenhando. Foi importante pelo carinho que eu tenho pelo torcedor e pelo projeto que a gente tem de levar essa equipe para a Série B do Brasileiro. Fiquei feliz pela busca do Ceará na minha contratação, mas não era o momento de sair."

Seu nome aparece acima de gente como Fred, Gabigol e Bruno Henrique na lista dos artilheiros da temporada. "Me sinto feliz em estar no meio dessas feras, desses jogadores que já disputaram grandes jogos, de seleção brasileira. É gratificante estar brigando pela artilharia do Brasil pelo segundo ano consecutivo", disse, citando o quinto lugar no ranking nacional de 2018 - o líder foi Gustavo, o Gustagol, hoje no Corinthians. "O segredo é muito trabalho, dedicação, esforço e vontade pra vencer. Por eu nunca ter tido uma categoria de base, exigiu muito de mim para que eu trabalhasse bastante para melhorar o poder de finalização", concluiu.