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Caso Daniel

Juíza nega que família Brittes dê entrevistas por segurança dos réus

Cristiana e Allana Brittes na primeira fase da audiência de instrução do caso Daniel - GIULIANO GOMES/PR PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Cristiana e Allana Brittes na primeira fase da audiência de instrução do caso Daniel Imagem: GIULIANO GOMES/PR PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Karla Torralba

Do UOL, em São Paulo

27/06/2019 04h00

A juíza Luciani Regina Martins de Paula voltou atrás e decidiu negar que a família Brittes conceda entrevistas por entender que uma exposição nos meios de comunicação comprometeria a segurança de Edison Brittes Júnior, Cristiana Brittes e Allana Brittes. Eles são acusados de envolvimento no assassinato do jogador Daniel Correa, em outubro de 2018.

Luciani Regina Martins de Paula havia autorizado entrevistas dos réus em abril após a segunda fase de depoimentos de testemunhas do caso. No entanto, agora citou eventos que ocorreram nos últimos meses para sustentar a troca de posição. Entre os argumentos estão ameaças à família Brittes na cadeia que acarretaram em mudanças de celas.

"Se tem percebido que sempre que um acontecimento relacionado ao presente feito ganha repercussão midiática, logo na sequência chega ao conhecimento deste Juízo um novo episódio de hostilização, ameaça, e até mesmo de agressão por parte da massa carcerária para com algum dos réus, demandando, assim, a adoção de medidas que muitas das vezes são desagradáveis aos réus, como por exemplo a troca de cela, remoção de penitenciária, isolamento. Portanto, a fim de preservar a integridade física e emocional dos réus, indefiro os pedidos de concessão de entrevista pelos réus às empresas de comunicação", explica a juíza em sua decisão.

Cristiana e Allana Brittes foram transferidas de ala na Penitenciária Feminina do Paraná no começo de maio após serem ameaçadas. Edison Brittes também já foi transferido de prisão por "precaução e segurança".

O advogado da família, Cláudio Dalledone Júnior, mostrou preocupação com a integridade de seus clientes nas duas primeiras fases da audiência de instrução, que definirá se os réus irão a júri popular. No caso de entrevistas, no entanto, ele discorda da proibição. "A juiza está cerceando o direito dos acusados se defenderem perante a opinião pública. Uma decisão esdrúxula que atenta contra a dignidade da pessoa humana".

Nova data para interrogatório dos réus

A juíza Luciani Regina Martins de Paula remarcou a data para que os réus sejam ouvidos na terceira fase de audiência de instrução a pedido do advogado de Ygor King e David Vollero, também acusados de participação no crime. Agora, os sete réus serão ouvidos a partir de 13 de agosto, com possibilidade de continuidade dos interrogatórios até 15 de agosto, no Fórum de São José dos Pinhais.

Na primeira fase de audiência, em fevereiro, foram ouvidas as testemunhas de acusação. Em abril, as testemunhas de defesa. As testemunhas de fora de São José dos Pinhais foram ouvidas através de carta precatória. Após os interrogatórios e as manifestações do Ministério Público e da defesa dos réus, Luciani Regina Martins de Paula decidirá se os acusados irão a júri popular.

Além da família Brittes, estão presos acusados da morte do jogador King, Vollero e Eduardo Henrique da Silva. Evellyn Perusso responde em liberdade por falso testemunho.

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