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Paraguai impôs "Maracanazo" ao Brasil em 1949 e depois levou 7x0 em decisão

Brasil na campanha da Copa de 1950: seleção venceu o Sul-Americano no ano anterior - Reprodução/7M Sport
Brasil na campanha da Copa de 1950: seleção venceu o Sul-Americano no ano anterior Imagem: Reprodução/7M Sport

Diego Salgado, José Edgar de Matos e José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

27/06/2019 04h00

O Brasil jogava pelo empate para ser campeão em casa, com apoio de milhares de torcedores após uma série de goleadas impiedosas. Mas, o título quase certo escapou mesmo depois de a seleção fazer 1 a 0. A derrota de virada, então, deixou atônitos até os mais pessimistas.

Essas frases parecem relatar o famoso "Maracanazo" da Copa de 1950, quando o Brasil foi superado pelo Uruguai. Elas descrevem, porém, um revés da seleção ocorrido um ano antes, na Copa América de 1949. Naquela ocasião, o Paraguai, adversário brasileiro de hoje pelas quartas de final da edição 2019, surpreendeu os anfitriões em um jogo que valia taça disputado em São Januário, no Rio.

Ao contrário do Mundial de 1950, entretanto, a Copa América de 70 anos atrás não estava perdida. A vitória paraguaia forçou a disputa de um jogo de desempate da edição cujo campeão era conhecido após a disputa de pontos corridos.

Até o duelo ocorrido no dia 8 de maio de 1949, o Brasil vencera todos os seis jogos disputados, com direito a placares históricos: 10 a 1 na Bolívia, 9 a 1 no Equador, 7 a 1 no Peru, 5 a 0 na Colômbia e 5 a 1 no Uruguai - a Argentina não participou da competição. O Paraguai, por sua vez, havia superado cinco rivais, com apenas um tropeço diante dos uruguaios.

1949 - Reprodução - Reprodução
Brasil era apontado como favorito contra o Paraguai, mas acabou surpreendido em casa
Imagem: Reprodução

Assim, o Brasil precisava de um empate para conquistar a Copa América pela terceira vez. "Caso triunfarem os guaranis, ambos ficarão na liderança. Todavia, a hipótese de o Paraguai vencer pode ser colocada de lado, pois é forçoso apontar os brasileiros como favoritos, uma vez que são possuidores de uma técnica mais elevada", escreveu a Folha de S. Paulo à época.

O favoritismo do Brasil aumentou quando Tesourinha abriu o placar ainda no primeiro tempo, diante de quase 40 mil torcedores em São Januário. Avalos e Benítez, na etapa final, trataram de calar todos eles.

Com a vitória improvável, as duas seleções passaram a somar o mesmo número de pontos. E, como previa o regulamento da competição, um novo duelo definiria o campeão, mesmo com a superioridade da seleção brasileira em relação ao saldo de gols (32 contra 15).

Três dias depois, numa quarta-feira, sob o comando do mesmo árbitro e com mais espectadores em São Januário, o Brasil retomou a rota das goleadas ao fazer 7 a 0. Ademir de Menezes fez os dois primeiros e viu Tesourinha ampliar antes do intervalo. A dupla foi mais uma vez à rede no segundo tempo, e Jair fez mais dois para fechar a vitória.

Dali a 14 meses, com seis titulares remanescentes, além do técnico Flávio Costa, o Brasil emendou goleadas no quadrangular final da Copa de 1950. Depois de bater a Suécia por 7 a 1 e a Espanha por 6 a 1, o time brasileiro, que jogava pelo empate, perdeu do Uruguai, de virada. Daquela vez, no entanto, não houve segunda chance. A seleção teve de amargar o vice mundial diante de 200 mil torcedores no Maracanã.

Sul-Americano 1949 - Reprodução - Reprodução
Em novo duelo, uma goleada por 7 a 0 garantiu o terceiro título da seleção brasileira na Copa América
Imagem: Reprodução