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Em evento, seleção do tetra diz se sentir mais reconhecida agora

Dunga durante evento na Granja Comary  - Bruno Braz/UOL
Dunga durante evento na Granja Comary Imagem: Bruno Braz/UOL

Bruno Braz

Do UOL, em Teresópolis (RJ)

13/07/2019 13h40

Demorou, mas enfim a seleção brasileira que conquistou o tetracampeonato mundial se sente plenamente reconhecida. Em evento na Granja Comary (RJ) hoje (13) para comemorar os 25 anos do título, jogadores e o técnico da ocasião, Carlos Alberto Parreira, transmitiram esta sensação.

"Eu passei a perceber isso agora, incrível. A gente viaja muito e as pessoas chegam falando com muito carinho. Muito mais do que na época da conquista. Agora talvez as pessoas estejam dimensionando melhor o tamanho daquela conquista", avaliou Parreira.

Na avaliação de Jorginho, lateral direito da equipe e que hoje treina a Ponte Preta, o reconhecimento aconteceu na época, mas não da maneira que imaginavam.

"O reconhecimento na época veio. Esperávamos de uma forma maior, principalmente a maior parte da imprensa. Uma parte ficou reticente. Reconhecemos que foi uma final atípica, jogamos ao meio-dia nos Estados Unidos, num calor de 40° C. Fisicamente você fica debilitado e tecnicamente você cai. Tínhamos o Raí como 10, mas ele não fez uma grande Copa do Mundo, então a equipe mudou com o Mazinho, que era mais consistente. Mas eu acho que hoje as pessoas perceberam o quanto aquela seleção jogava com qualidade. Hoje se fala muito naquela coisa de jogo apoiado, o jogo vertical muito forte, e com o passar do tempo, vão se comparando as seleções, e há esse reconhecimento de que aquela era uma grande seleção".

Capitão da seleção brasileira em 1994, Dunga acredita que todo o estudo fora de campo que hoje é muito falado já era feito naquela época, mas com outros recursos.

"Agora, no futebol moderno, se estuda muito, se olha muito. E eu estava conversando com o Parreira e o Zagallo e a gente já fazia isso, só que com os meios diferentes que tinham naquela época, que era fotografia, o espião nosso que via os jogos dos adversários e nos passava, e aí treinávamos em cima disso...", avaliou.

Dunga relembra instruções de Parreira durante o tetra

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Parreira acredita que blindagem foi o segredo

Na avalição de Parreira, a blindagem que a comissão técnica conseguiu dar ao grupo em relação às críticas durante a preparação para a Copa do Mundo de 1994 foram fundamentais para a conquista do título:

"Eu diria que foi tão violenta quanto é hoje (a pressão). A ponto de dois jornais, líderes do país, num dia um escrever "está tudo errado", e no dia seguinte o outro escrever: "está tudo certo, Parreira". Para você ver a que ponto chegou. Então realmente era muito polarizado. O mérito nosso foi nos fechar e dizer: 'nada disso vai nos afetar'. E era muito mais fácil naquela época porque não tinham as mídias sociais, não tinha internet, celulares, era bem mais fácil fazer essa blindagem. Hoje em dia o treinador tem que ser um grande gestor, porque não é brincadeira não.

Amistoso entre os campeões

Um amistoso entre os jogadores que participaram da conquista aconteceu em um dos campos da Granja Comary. O campo foi reduzido e cada equipe tinha seis jogadores de linha e mais o goleiro.

As ausências foram Romário, Ronaldo, Cafu, Leonardo, Müller, Raí e Branco.

Entre os presentes estavam Gilmar, Márcio Santos, Bebeto, Viola, Taffarel, Dunga, Ricardo Rocha, Mazinho, Mauro Silva, Aldair, Paulo Sérgio, Zinho, Zetti, Jorginho.

Já os que fizeram parte da comissão técnica estavam Parreira, Moracy Santana e Américo Faria.