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Ex-Boca Jrs acusa árbitro de ofensa racista na primeira divisão do Chile

Do UOL, em São Paulo

10/08/2019 11h49

Um jogão disputado ontem (9) na província de Curicó, no Chile, a menos de 200 km de Santiago, pela primeira divisão do Campeonato Chileno, ficou marcado não por seus seis gols, mas sim por suposta fala racista do árbitro Francisco Gilabert contra o zagueiro Alexis Rolín, ex-Boca Juniors.

Logo que soou o apito final da vitória de 4 a 2 do Curicó Unido contra o Universidad Concepción, o chileno Gilabert foi acusado por Rolín, do time derrotado, de tê-lo xingado com ofensas raciais.

"Estava olhando o árbitro num escanteio, e me disse 'negro feio', na cara. É um atrevido de merda", disse o zagueiro uruguaio em entrevista ao Canal del Fútbol, ainda na saída do gramado.

O árbitro de 37 anos de idade deixou o estádio escoltado e sem dar declarações à imprensa.

Árbitro chileno Francisco Gilabert acusado de racismo - Reprodução/CDF - Reprodução/CDF
Árbitro Francisco Gilabert se calou após ser acusado de racismo
Imagem: Reprodução/CDF

O treinador de Rolín no Concepcíon, por outro lado, não perdeu a oportunidade de se manifestar diante dos jornalistas. Francisco Bozán pediu que o episódio seja investigado.

"Acredito no meu jogador. E, se o árbitro disse isso mesmo, parece grave, porque é ele (árbitro) o responsável por ser justo. É detestável e deve haver investigação. É triste que alguém agrida outro ser humano assim. Se tiver acontecido, existem entidades responsáveis por analisar", disse.

A nacionalidade uruguaia de Rolín foi destacada pelo treinador. O zagueiro, hoje com 30 anos de idade, acumula passagens por clubes da Itália, da Argentina e do Paraguai além de Uruguai e Chile. No Boca Juniors, jogou em 2015 e 2016.

"É difícil ser estrangeiro, mas já jogou na Europa e em outros países da América do Sul. Ele está abalado, porque não se espera que isso aconteça em um país onde há um futebol que se diz profissional, que somos duas vezes campeões da América", comentou Bozán.

A Associação de Futebol do Chile, cobrada pelo Sindicato de Jogadores de Futebol do país, se posicionou anunciando que investigará a denúncia feita por Rolín. "Reiteramos nosso absoluto compromisso contra todo tipo de discriminação em nosso futebol", escreveu a entidade.