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Quais são as armas de Sampaoli para o San-São que Cuca nunca teve no Santos

Sampaoli abre os braços para reclamar durante treino do Santos - Ivan Storti/Santos FC
Sampaoli abre os braços para reclamar durante treino do Santos Imagem: Ivan Storti/Santos FC

Eder Traskini

Colaboração para o UOL, em Santos

10/08/2019 04h00

O clássico de hoje entre Santos e São Paulo, às 17h, no Morumbi, pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro, marca o reencontro do Peixe com o técnico Cuca. O atual comandante Tricolor deixou o clube por problemas de saúde e, apesar da lamentação inicial pela saída, abriu espaço para a contratação do argentino Jorge Sampaoli, sensação da temporada no Brasil.

O Santos de Cuca tinha um estilo de jogo um tanto diferente da equipe de Jorge Sampaoli e, principalmente, menos peças: foram 14 reforços contratados. A principal arma ofensiva do time do argentino, por exemplo, não estava à disposição do técnico Cuca: o ponta Yeferson Soteldo. Quem atuava na função era o atacante Bruno Henrique, hoje no Flamengo, mas que estava em má fase, ou Rodrygo, que também se destacou com Sampaoli, mas se transferiu para o Real Madrid (ESP).

No comando de ataque, Cuca contava com Gabigol, que também se transferiu para o Flamengo. Sampaoli utiliza Eduardo Sasha, mas os dois fazem uma função parecida: não são centroavantes fixos dentro da área. Por vezes era possível ver Gabigol saindo do centro para a ponta, assim como faz Sasha hoje.

O meio-campo dos dois treinadores é bem parecido, com Pituca e Sánchez como peças centrais. No entanto, Cuca preferia utilizar Pituca mais solto e escalar um outro volante de contenção, normalmente Alison, enquanto Sampaoli vem usando o jogador como primeiro volante. Coincidência ou não, ambos chegaram a utilizar Pituca na lateral esquerda.

Na defesa, Sampaoli conta com mais opções. Além da chegada de Felipe Aguilar, colombiano que se firmou em pouco tempo no time, o argentino conta com Jorge e Felipe Jonatan para o setor esquerdo, ambos com mais chegada ao ataque do que Dodô, hoje no Cruzeiro.

Já do lado direito, Victor Ferraz faz funções parecidas, com liberdade para jogar também pelo meio, como aliás já fazia na época de Dorival Jr. Uma opção utilizada por Sampaoli que nunca tinha sido testada é escalar o zagueiro Lucas Veríssimo na lateral direita. O esquema com três zagueiros também é obra do argentino.

Enquanto com Cuca a impossibilidade de repetir uma escalação era tratada como um "problema", com Sampaoli é justamente o contrário: o argentino tem o rodízio por filosofia e pede sempre mais peças no elenco para possibilitá-lo. Em 40 jogos no ano, o treinador levou a campo 38 escalações diferentes.

Sob o comando do ex-treinador, o Peixe viveu grandes momentos, deixando a zona do rebaixamento e chegando a brigar por Libertadores. A equipe de Cuca bateu o recorde histórico do clube de jogos sem sofrer gols: oito partidas contra sete do time de 1955.

Já com Sampaoli, o Santos vem melhor no Brasileiro e já atingiu sete vitórias consecutivas. Se vencer o São Paulo hoje, alcança a marca do "Canhão da Vila" Pepe como treinador em 1980, e fica atrás apenas da equipe de Pelé, que comandada por Lula chegou a 10 triunfos seguidos em 63/64.

Ficha técnica

São Paulo x Santos

Data: 10 de agosto de 2019, sábado
Horário: 17 horas (de Brasília)
Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo-SP
Competição: Campeonato Brasileiro, 14ª rodada
Árbitro: Raphael Claus (SP)
Assistentes: Neuza Ines Back e Daniel Luis Marques (ambos de SP)

São Paulo: Tiago Volpi, Igor Vinicius, Bruno Alves, Arboleda e Reinaldo; Luan, Tchê Tchê e Hernanes; Antony, Pato e Raniel. Técnico: Cuca.

Santos: Everson; Lucas Veríssimo, Felipe Aguilar, Gustavo Henrique e Jorge; Diego Pituca, Felipe Jonatan e Sánchez; Derlis González, Soteldo e Eduardo Sasha. Técnico: Jorge Sampaoli.

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