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Capitão do Figueirense fala em 'dor no coração' por WO e aguarda demissões

Zé Antônio, volante do Figueirense, conversou com a imprensa no aeroporto Imagem: Patrick Floriani/FFC

Do UOL, em Santos (SP)

21/08/2019 15h19

Os jogadores do Figueirense desembarcaram no aeroporto de Florianópolis (SC) na manhã de hoje (21), um dia após não entrarem em campo na partida contra o Cuiabá, na Arena Pantanal, pela Série B do Brasileiro, em protesto pelos salários atrasados.

Capitão do Figueirense, o volante Zé Antônio, acompanhado de outros companheiros, conversou com a imprensa e disse que a decisão do W.O. foi tomada com 'dor no coração'.

"Ontem foi um dia muito difícil para gente. Não foi fácil tomar a decisão que a gente tomou, podem ter certeza disso. Foi com muita dor no coração que tomamos essa decisão, mas a situação é muito difícil. As pessoas julgam, apontam o dedo, fazem retaliações, incitam violência, como alguns estão fazendo através das redes sociais, mas a gente está aqui porque não tem nada para esconder de ninguém", disse Zé Antônio.

"Sempre vamos colocar a cara. Aqui tem homens, pais de família, e podem ter certeza que, tudo que quiserem saber, da minha parte, da parte de qualquer um aqui, é um livro aberto", acrescentou.

Questionado por um repórter, o capitão alvinegro não descartou uma possível demissão em massa de jogadores.

"Chegou através de vocês, pela imprensa, nada concreto. Mas a gente não espera muita coisa diferente disso", completou.

Imagem: Reprodução

Jogadores esclarecem W.O. em nota oficial

Os atletas do Figueirense divulgaram na manhã de hoje (21) uma nota oficial sobre o W.O. Segundo eles, os atrasos nos salários vêm ocorrendo desde 2017 e a atual gestão do clube não está cumprindo o que vem prometendo.

Os jogadores ressaltam que "os atrasos não atingem somente os atletas profissionais, mas toda categoria de base e demais funcionários do clube", sendo que alguns deles "recebem apenas um salário mínimo".

Eles alegam que o W.O. está respaldado por um artigo da Lei Pelé que permite a paralisação quando há atraso por dois ou mais meses e dizem que só não rescindiram contrato - o que lhes é de direito - 'pois o clube ficaria sem elenco'.

Boicote já era esperado

O boicote à partida já era esperado frente à greve anunciada pelo elenco em 16 de agosto. Em nota, a diretoria do clube prometia quitar as dívidas até 28 de agosto.

A indefinição sobre a participação ou não se estendeu até os últimos minutos prévios ao duelo. Nas reuniões no hotel e no vestiário da Arena Pantanal, os jogadores pediram uma garantia à diretoria de que os salários e direitos atrasados de todos os funcionários seriam quitados até o dia 28.

Os atletas queriam que, no compromisso, o presidente Cláudio Honigman se prontificasse a renunciar ao cargo caso os débitos não fossem quitados. De acordo com o advogado dos jogadores, Filipe Rino, o compromisso foi rechaçado pelo dirigente.

Rino afirmou ao UOL Esporte que as negociações com a diretoria continuarão para a partida contra o CRB, marcada para o dia 24 de agosto.

O Figueirense, por sua vez, soltou uma nota oficial após a partida informando que a decisão de não ir para o jogo foi 'exclusiva' dos jogadores.

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