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Flu pode ter parte da venda de Pedro penhorada por conta de antiga dívida

Atacante Pedro foi negociação junto à Fiorentina, da Itália - Lucas Merçon/Fluminense
Atacante Pedro foi negociação junto à Fiorentina, da Itália Imagem: Lucas Merçon/Fluminense

Alexandre Araújo e Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

09/09/2019 11h11

Em crise financeira, o Fluminense pode ficar sem acesso a uma parcela do valor da venda do atacante Pedro à Fiorentina, da Itália, que foi concretizada recentemente. Isso porque, a MPI S.à r.l. acionou a Justiça do Rio de Janeiro para pedir a penhora de R$ 11.823.396,30 milhões referentes à transação.

A solicitação será analisada por Flavia Justos, juíza da 38ª Vara Cível do Rio. A informação foi divulgada, inicialmente, pelo site do "Globo Esporte" e confirmada pelo UOL Esporte.

A venda de Pedro foi formalizada no último dia 31, por 15 milhões de euros (R$ 68,5 milhões), dos quais o Fluminense terá 12 milhões de euros (R$ 54,8 milhões) e ficará com uma porcentagem dos direitos econômicos do jogador. O restante será dividido entre o Artsul, clube-empresa de Nova Iguaçu que é detentor de 50% do passe de Pedro, empresários e intermediários.

A briga judicial entre MPI S.à r.l. e Fluminense não é nova. Desde o início do ano passado, a empresa, que tem sede em Luxemburgo, tenta receber o montante ao qual tinha direito na negociação do meia Gerson com a Roma, da Itália, em 2015. À época, o presidente era Peter Siemsen e Mario Bittencourt, que é o atual mandatário, era vice de futebol.

Na ocasião, as tratativas foram concretizadas por 16 milhões de euros (aproximadamente R$ 60 milhões, segundo cotação da época). A instituição tinha 22,5% dos direitos do jogador, que atualmente está no Flamengo, e aponta que não recebeu o repasse do Tricolor.

Gerson deixará o Fluminense no meio do ano para começar trabalho na Roma - MAILSON SANTANA/FLUMINENSE FC - MAILSON SANTANA/FLUMINENSE FC
Imagem: MAILSON SANTANA/FLUMINENSE FC

Em uma petição inicial, encaminhada em fevereiro de 2018, André Ribeiro, advogado da empresa, detalha ainda que a MPI repassou 10% dos direitos que detinha a um outro investidor. O documento demonstra como foi pactuado o pagamento com o Fluminense, que teria que devolver o dinheiro recebido pela Roma em quatro parcelas aos luxemburgueses, sendo duas em real e duas em euro.

Em julho, a cobrança era na casa de R$ 9,5 milhões - a ação monitória foi movida em 2018, com o valor requerido de R$ R$ 4.981.713,36. Em planilha obtida pelo UOL Esporte, a MPI alegava descumprimento dos prazos para a cobrança daquele montante e efetuava os cálculos que sustentariam esse reajuste.

Como não se chegou a um denominador comum para que o débito fosse quitado, no último dia 2 a MPI fez uma nota petição. No documento, salientou a venda de Pedro e pediu o bloqueio de R$ 11.823.396,30 da negociação.

O Fluminense, por sua vez, ressalta que as partes estão em conversas por um acordo e que vem agindo de boa-fé nas tratativas, apontando ainda que o aporte financeiro da venda de Pedro possa servir para equacionar não apenas este débito como outros já realizados.

O clube pede ainda que, caso haja alguma dúvida em relação ao andamento do caso, seja "designada uma audiência especial".

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