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Nenê Bonilha diz que queda para o Tolima minou suas chances no Corinthians

Divulgação / site oficial do Grêmio Catanduvense
Imagem: Divulgação / site oficial do Grêmio Catanduvense

13/02/2016 07h45

Aos 23 anos, o meia Nenê Bonilha já pode se intitular um andarilho do futebol. Mesmo com tão pouca idade, o jogador já passou por cinco clubes até chegar no Nacional, de Portugal, no início da temporada. Entre eles está o Corinthians, que está marcado na carreira do jogador.

Nenê chegou ao Timão em 2011, em um período bastante conturbado. A equipe havia acabado de ser eliminada pelo Tolima, da Colômbia, na primeira fase da Libertadores, o que quase causou a demissão do técnico Tite - que seria no time até a conquista do torneio continental, em 2012, e do Mundial no mesmo ano.

Você jogou no Corinthians após ser revelado pelo Paulista, mas não se firmou. Acabou emprestado a alguns clubes menores do Brasil, como o Audax e o Vila Nova. Quais foram as principais dificuldades desse início de carreira?

Aprendi muita coisa no Corinthians. Era muito jovem, foi tudo uma grande surpresa. Cheguei lá vi o Ronaldo e outros jogadores que estava acostumado a ver pela televisão. Mas aprendi muito, só tenho a agradecer a todos que me acolheram. Aprendi muito com o Tite. Só que para mim foi difícil jogar lá. O time estava passando por dificuldades, tinha acabado de ser eliminado da Libertadores pelo Tolima. Era uma pressão enorme no clube. Como havia muitos jogadores consagrados, ficou difícil ter um lugar na equipe, que precisava de resultados imediatos. O Tite teve muito cuidado de lançar os garotos. Creio que foi mais por isso que não tive tantas oportunidades. Foi mais uma precaução para não manchar a minha carreira, não tinha experiência e não tinha jogado ainda uma competição tão importante. Eles me preservaram bastante, me blindaram.

Como foi a experiência de ter esse contato com o Ronaldo e outros jogadores de nome, como tinha o Corinthians?

Foi muito bom. O Ronaldo se aposentou em um dia, eu cheguei dois dias depois. Mas estava sempre no Corinthians. O contato com ele era muito importante. Havia outros jogadores consagrados, como o Danilo, Adriano Imperador, Alessandro, Sheik, Guerrero. A cada dia era um aprendizado diferente. Era menino, e levo como aprendizado em todas as equipes pelas quais passei essa experiência que tive no Corinthians.

E com o Adriano?

Ele foi um dos melhores jogadores com quem pude trabalhar, como pessoa, já que ele me dava muitos conselhos, era muito gente boa. E também com a bola nos pés, que não preciso nem falar. Mas não tenho como dizer o motivo pelo qual ele ficou tanto tempo sem jogar. O Adriano, na minha opinião, joga em qualquer time do mundo.

O Nacional não é um time grande em Portugal e você tem a experiência de ter passado por alguns times de menor expressão no Brasil. Qual é a principal diferença?

Difícil falar, mas a estrutura do Nacional é muito boa. O clube honra com os compromissos, salários em dia... Isso que vejo de diferença em relação ao Brasil. Se for ver a situação de alguns clubes de menor expressão no Brasil, eles acabam não honrando com os compromissos.

Por que preferir disputar o Campeonato Português por um time de menor expressão do que o Brasileirão por um clube médio?

Eu tentei arriscar, nunca tinha vindo para a Europa jogar. Achei que era o momento e surgiu a oportunidade de vir para o Nacional e logo aceitei o desafio. Estou na porta da Europa, todo mundo está vendo. Tinha o sonho de jogar em um grande clube da Europa e o Nacional pode ser uma boa vitrine para isso acontecer.

Você já disputou 23 jogos pelo Nacional, 14 como titular e deu duas assistências. E vem sendo elogiado pela imprensa local. Já vislumbra sair para um time de maior expressão? Recebeu alguma sondagem?

Graças a Deus estou conseguindo fazer o meu trabalho bem feito e espero poder ajudar cada vez mais o Nacional. Já ouvi alguns boatos que eu poderia sair, mas procuro deixar isso para eles e fazer o meu trabalho. Se eu fizer direito, aparecerão coisas boas. Fico feliz de ouvir pela imprensa, por empresário, mas com pé no chão para ajudar o Nacional.

Algum time fez proposta?

Meu empresário não me passou nada, não falou nome de time. Mas disse de onde vem: Turquia e do futebol asiático, mas não sei do país. Não quis saber porque não é o momento ainda, esperar chegar à janela e chegar algo concreto.

O mercado da Ásia ainda está aberto e os times chineses vêm contratando muito. Você aceitaria jogar lá?

Pelo o que estou acompanhando, o Campeonato Chinês está ficando muito bom. Mas estou feliz no Nacional, agradeço muito, mas só sairia se fosse algo bom para mim e para o Nacional. Se aparecer algo concreto e bom para ambas as partes, eu iria.