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China diz que time de Felipão é o clube mais valioso do mundo. Será?

09/03/2016 14h33

O Guangzhou Evergrande, clube chinês que tem Paulinho, Ricardo Goulart, Jackson Martínez, além de Luiz Felipe Scolari, acabou de ultrapassar o Real Madrid e agora é o clube mais valioso do mundo. Pelo menos quando o assunto é bolsa de valores. O time chinês atingiu a marca de US$ 3,35 bilhões (R$ 12,38 bilhões) em capitalização bolsista, segundo a Xinhua, agência oficial do país.

De acordo com o veículo, houve uma transação das ações do clube no National Equities Exchange and Quotatios (NEEQ), um discreto índice chinês. Com o acordo, o valor do Guangzhou Evergrande disparou. Assim, o clube, que tem 396,7 milhões de ações, superou em valor de mercado o Real Madrid, que é U$ 3,26 bilhões (R$ 12,03 bilhões) e do Barcelona, que é US$ 3,16 bilhões (R$ 11,66 bilhões), segundo a "Forbes".

O que ocorre é que, embora seja uma das maiores Bolsas de Valores do mundo, apenas uma parte muito pequena de ações são lançadas para o público, nunca mais de 30%. Isso inflaciona muito os papéis. E foi o que aconteceu com o Guangzhou.

Apenas 36 mil ações de um universo de 31 milhões foram para o mercado e a valorização desses pouquíssimos papéis, de 44%, chegou a US$8,50 (R$ 31,37) e irradiou para todas as suas ações (95% de posso dos dois sócios majoritários o grupo imobiliário Evergrande e a empresa de busca da internet Alibaba, o Google chinês).

Para complicar, não há transparência nos negócios, pois a Bolsa não precisa informar quais os compradores das ações. Vários jornais relevantes acharam muito estranha a notícia.

- Está totalmente fora de sintonia. É difícil para o mercado mundial aceitar o preço de uma ação como justo, sem saber as informações dos compradores e as suas intenções - disse o prestigiado "Wall Street Journal", dos Estados Unidos.

Entrevistado pelo "The Sun", da Inglaterra, Chris Atkins, especialista em futebol chinês, disse que colocar o Guangzhou á frente de Real, Barcelona e Manchester United, este valendo US$ 2,6 bilhões (R$ 9,6 bilhões) é risível.

- Ridídulo. Este clube nem mesmo possui estádio próprio e a Valuations chineses não tem muita relevância. É mais do que claro que a receita do Evergrande não chega nem perto dos grandes europeus. Ainda mais dos gigantes - disse.

Pelo critério da Forbes, outros itens além do mercado financeiro são levados em consideração. A revista americana leva em consideração ainda receitas em dias de jogo, publicidade, marketing, exposição da marca em televisão, participação em mídias sociais, e também a bolsa de valores.

Quando o assunto é receita, o Guangzhou ainda fica bem para trás das potências europeias. Nos últimos três anos, o clube de Felipão arrecadou US$ 61 milhões (R$ 225,5 milhões). Bem menos do que o Manchester United, por exemplo, que ficou com US$ 400 milhões (R$ 1,47 bilhão) pelo mesmo período.

Atual pentacampeão chinês e vencedor da Liga dos Campeões da Ásia, o Guangzhou tem dois principais acionistas. O Evergrande, gigante do ramo imobiliário, possui 56,71% das ações, enquanto o Alibaba, do magnata Jack Ma e que trabalha com comércio eletrônico, tem 37,81%.