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Escolha de Tóquio como sede dos Jogos de 2020 está sob investigação por compra de votos. Rio está na mira

12/05/2016 12h15

Uma nova polêmica cerca a escolha de Tóquio (JAP) como sede dos Jogos Olímpicos de 2020. Nesta quinta-feira, investigadores franceses liberaram um documento que aponta novos indícios de compra de votos para a eleição da cidade, capitaneados pelo ex-presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF), Lamine Diack.

Segundo um trecho da investigação, publicado pela agência de notícias francesa France-Presse, o ex-mandatário da IAAF repassou US$ 2 milhões (quase de R$ 7 milhões) para financiar um esquema de compra de votos para eleger Tóquio em 2013. O valor foi enviado a uma conta em Cingapura, discriminado como: Eleição Jogos 2020 Tóquio.

Na manhã desta quinta-feira (de Brasília), o governo do Japão afirmou que a escolha da cidade foi limpa. A empresa a qual o valor foi destinado, porém, a Black Tidings, tinha ligação com o filho de Lamine, Papa Massata Diack, e a conta da qual a verba saiu, foi aberta no Japão. Tóquio foi escolhida como sede superando Istambul (TUR) e Madri (ESP) na disputa, e contou com o voto do mandatário da IAAF.

Além de ser acusado de promover o esquema de compra de votos, Lamine Diack já foi considerado culpado de organizar uma série de propinas para livrar atletas flagrados em exames antidoping. Ele e o filho foram banidos do esporte e, atualmente, estão presos.

Segundo um relatório independente da Agência Mundial Antidoping (Wada), redigido durante as investigações do mega esquema para acobertar casos no atletismo, o voto de Diack teria sido comprado por US$ 5 mi (mais de R$ 17 milhões) com o uso do dinheiro de patrocinadores.

"O Sistema Nacional Financeiro francês foi informado de dois movimentos executados em julho e outubro de 2013. O pagamento foi próximo à data de escolha do Comitê Olímpico Internacional à sede dos Jogos de 2020" disseram, em nota, os responsáveis pela investigação, que ainda afirmaram que a empresa que destinou os pagamentos teria lavado dinheiro na França.

Eleição do Rio de Janeiro também está na mira

Não é apenas a escolha de Tóquio como sede dos Jogos de 2020 que está na mira dos investigadores franceses. A eleição do Rio de Janeiro como casa da Olimpíada de 2016 também é citada no documento.

Segundo os investigadores, há suspeita de compra de votos para que o Brasil sediasse a disputa, que terá início em agosto. Porém, nenhuma prova concreta foi divulgada ainda.

O Comitê Olímpico Internacional, inclusive, afirmou que não há nada suspeitas oficiais sobre o possível esquema na escolha do Rio de Janeiro ou de Tóquio como sedes.