Topo

'Rottweiler' do Palmeiras, Thiago Santos conta conversa que o fez ressurgir

15/06/2016 08h35

A atuação de Thiago Santos no Dérbi de domingo foi exaltada por Cuca, pelos jogadores do Palmeiras, pela torcida e até pelos parentes mais distantes que reapareceram para mandar mensagens de parabéns. Nem parece que, há três meses, assim que o clube trocou de técnico, o volante encarava a incômoda situação de não integrar nem o time reserva nos coletivos.

Thiago será titular novamente contra o Coritiba, às 21h45 desta quarta-feira, no Couto Pereira. Hora de confirmar a boa fase e reforçar em campo o que ele disse para Cuca em uma conversa decisiva antes de o Brasileiro começar, em Atibaia.

- Chamei o Cuca e perguntei se contava comigo. Ele falou que contava. Como ele disse na entrevista dele que queria ser campeão, eu também falei que queria. Temos elenco para ganhar o Brasileiro, e eu falei que queria fazer parte disso, que daria conta - disse o camisa 21, ao LANCE!.

Thiago Santos foi titular no último jogo do Verdão com Marcelo Oliveira, contra o Nacional (URU), pela Libertadores. Com Cuca, foi cortado do banco nas três partidas do torneio sul-americana. Ele ameaçou retomar espaço ao ser titular contra o Água Santa e entrar no decorrer dos jogos contra Rio Claro e Corinthians, no Paulista, mas ficou "esquecido" nos oito duelos seguintes. O técnico passou a vê-lo com outros olhos nos treinos como zagueiro.

- Ele e o Cuquinha vieram falar comigo quando eu estava treinando como zagueiro. Ele falou: "Estou gostando do jeito que você está treinando". O elenco estava com muitos volantes e tinha gente da zaga fora, no DM. Estava precisando de zagueiro e eu treinei por ali. Independentemente de onde eu estava, tinha de dar meu melhor. Fui buscando meu espaço aos poucos - lembrou.

Uma lesão de Matheus Sales permitiu que Thiago reaparecesse na derrota por 1 a 0 para o São Paulo, como volante, mas ele não foi bem e acabou substituído no intervalo. Como zagueiro, foi a surpresa no time titular que fez 4 a 3 no Grêmio. O suficiente para encantar Cuca e convencê-lo a utilizá-lo como titular em sua posição no domingo.

- Eu sempre acreditei em mim, sempre acreditei no meu trabalho. Eu não vim por acaso, não vim por amizade de ninguém, não vim para tapar buraco. Vim porque tinha alguma coisa boa. Uma hora ele ia ver que poderia contar comigo.

Sem os "Pitbulls" Gabriel e Arouca, surge o "Rottweiler"?

Confira um bate-bola exclusivo com Thiago Santos:

Há três meses, enquanto Cuca comandava os coletivos em um gramado, você trabalhava em outro. Hoje, é titular. O que você fez para recuperar o ânimo e reagir?

Para mim foi um pouco ruim, difícil, porque eu estava jogando com o Marcelo Oliveira e quando o Cuca chegou acabei ficando um pouco afastado, perdendo espaço. Minha família me apoiou demais nesse tempo. Foi difícil pra caramba, mas eu trabalho bastante. Quando cheguei aqui disse que iria trabalhar para buscar espaço. Foi o que fiz, hoje vejo que valeu a pena seguir trabalhando.

Do ano passado para cá, o quanto você acha que já evoluiu?

Você nunca pode parar e achar que está bom. Desde o ano passado eu venho me cobrando bastante, na saída de bola, na marcação mesmo, tem vezes que eu não preciso chegar tão forte para não ficar tomando cartão amarelo. E o Cuca também cobra bastante de mim, para eu fazer o time jogar. Estou trabalhando, falta muito ainda, mas acho que estou evoluindo.

O Cuca contou que passou alguns vídeos do título paulista de 1993 para vocês antes do Dérbi. Ajudou a inspirar os jogadores?

O Cuca colocou lá uns gols que ele fez (o técnico jogou no Palmeiras em 1992), uns golzinhos mais ou menos, mas está bom (risos). Os caras começaram a zoar e ele tirou o vídeo. Depois ele colocou o de 93, que ganharam lá de 3 a 0 na final, alguma coisa assim (o Verdão bateu o Corinthians por 3 a 0 no tempo normal e fez mais um na prorrogação). Mas foi legal pra caramba, todo mundo gostou do vídeo, graças a Deus vencemos.

Como têm sido os momentos pós-Dérbi para você?

Muitas pessoas vieram falar comigo depois do jogo, me elogiando bastante. em uns lá que fazia tempo que não mandavam mensagem (risos).