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Romário rebate deputada que criticou sua nomeação: 'Não ataco quem é do meu time'

23/06/2016 19h12

O ex-atacante da Seleção Brasileira e, hoje, senador da república pelo PSB do Rio de Janeiro, Romário rebateu as críticas recebidas pela deputada federal pelo PSBD-SP, Mara Gabrili, sobre a nomeação de Rosinha da Adefal feita por ele para a Secretaria da Pessoa com Deficiência.

Mara afirmou que o ex-jogador "trocou seu voto no impeachment por este cargo", e que fazia o "jogo mais podre da política". Romário, que votou de forma favorável à abertura do processo de afastamento da presidenta Dilma Rousseff disse recentemente que estava em dúvidas se repetiria o voto.

O ex-atacante, que também preside a CPI do Futebol em Brasília (DF), enviou uma resposta oficial ao Jornal "O Globo", e postou o texto na íntegra em seu Facebook. Nele, afirmou que a deputada mente em suas declarações.

"Eu não ataco quem é do meu time. Hoje eu jogo ao lado de todos aqueles que atuam em favor das pessoas com deficiência, por isso, embora bastante chateado com as declarações da deputada Mara Gabrilli, não vou revidar. (...) Mara mente ao dizer que eu não procurei as pessoas da área para indicar a ex-deputada Rosinha da Adefal. (...) A procurei também, ela disse que não assinaria o ofício, mas afirmou que não tinha nada contra a Rosinha", publicou Romário, pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro.

A deputada também criticou o envolvimento do ex-jogador com a causa das pessoas com deficiência. Romário, um dos principais atuantes no Senado quanto ao tema, tem uma filha com Síndrome de Down, Ivy, e, desde seu nascimento, defende o direito dos portadores de necessidades especiais.

- Ele é um militante porque tem uma filha com síndrome de Down. Mas não é um militante técnico, não tem conhecimento aprofundado sobre o assunto. Quando se pergunta uma coisa para ele, ele não sabe. Romário usa a causa das pessoas com deficiência para autopromoção - comentou Mara, ao "O Globo".

Confira na íntegra a nota de Romário:

"Eu não ataco quem é do meu time. Hoje eu jogo ao lado de todos aqueles que atuam em favor das pessoas com deficiência, por isso, embora bastante chateado com as declarações da deputada Mara Gabrilli, não vou revidar.

Entendo que ela esteja frustrada por não ter sido atendida, já que individualmente indicou um nome para assumir a Secretaria dos Direitos das Pessoas com Deficiência e não teve sucesso. Mara levou essa questão para uma disputa pessoal e se perdeu em rancor. Sempre fomos amigos e sempre compartilhei com ela e sua equipe a promoção de eventos e ações em favor da causa. Bem diferente das acusações levianas que ora ela me faz, tenho registro de elogios públicos que recebi dela.

Mara mente ao dizer que eu não procurei as pessoas da área para indicar a ex-deputada Rosinha da Adefal. Tanto que tive o apoio de vários parlamentares, deputados e senadores ligados à causa. A procurei também, ela disse que não assinaria o ofício, mas afirmou que não tinha nada contra a Rosinha. Inclusive, disse que era um ótimo nome.

São mentirosas as insinuações, por parte da Mara, de que a indicação da Rosinha foi moeda de barganha para apoiar ou não o impeachment. Além de representatividade na área, Rosinha tem um ótimo diálogo com o Congresso Nacional. Facilitando e garantindo que demandas apresentadas tenham um rápido atendimento.

Fiquei especialmente estarrecido com acusação de usar a minha filha para me promover. Ao falar isso, Mara depõe contra ela própria, assim como contra várias pessoas que atuam pela causa. Afinal, a nobre deputada estaria nessa trincheira se não fosse tetraplégica? O nascimento da minha filha me transformou numa pessoa melhor e eu tenho muito orgulho de dizer isso. Ela é linda e saudável e nunca lhe faltou nada, mas pelo olhar da Ivy eu pude ver que milhões de pessoas com deficiência no Brasil tinham muitas necessidades e resolvi lutar por elas. Ao contrário do que diz Mara Gabrilli, eu usei a minha fama para dar luz a causa e não o contrário.

Mara destilou preconceito ao dizer que não tenho conhecimento técnico na área. Gostaria que a deputada me respondesse quando ela me fez uma pergunta que eu não soube responder. E mais, desde quando conhecimento técnico é pré-requisito para representar a população? Política é, antes de tudo, a arte de se construir soluções na base do diálogo. É muito bom que se tenha conhecimento técnico, mas se isso fosse fundamental estaríamos limitando e cerceando o direito das pessoas de se candidatarem a cargos eletivos.

Espero que a deputada repense suas declarações e avalie o quanto ela prejudica a causa com essas ações. Não é atacando quem está do nosso lado que avançamos".