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O que atrai e o que afasta Bauza dos conceitos da seleção argentina

Robson Ventura/Folhapress
Imagem: Robson Ventura/Folhapress

23/07/2016 06h45

A Comissão Normalizadora da Associação de Futebol Argentino (AFA) resolveu entrevistar seus dois candidatos para comandar a seleção local. Edgardo Bauza, que treinou o São Paulo na manhã da última sexta-feira e viajou a Buenos Aires depois, foi o primeiro a ser ouvido e saiu animado da reunião, falando até sobre como pode resgatar Lionel Messi - o astro pediu afastamento da seleção.

O concorrente de Bauza é Miguel Ángel Russo, que está desempregado há um ano e que será entrevistado neste fim de semana. A decisão da AFA só será divulgada após a segunda-feira e há pontos favoráveis e contrários aos dois candidatos, inicialmente na parte de baixo de uma lista que tinha Diego Simeone e Jorge Samapoli como nomes mais fortes.

Para Bauza, os prós são os seguintes: são 23 anos sem títulos da Argentina e o futebol de resultado de Patón é visto como ideal para quebrar o tabu; na mesma linha de raciocínio, está a capacidade do técnico em formar times copeiros e raçudos, como o São Paulo buscou para este ano; por fim, aparece a boa relação com Oscar Ruggeri, seu companheiro de seleção na Copa do Mundo de 1990, e e candidato a diretor de seleções.

Como uma contradição, é também o futebol de resultado, mais conservador, que lidera a resistência a Bauza. Na imprensa argentina, o estilo de Patón é tachado como mesquinho. O salário de quem trabalha no Brasil em uma grande equipe também deixa a AFA, afundada em crise econômica, ressabiada.

Por Russo, pesa a habilidade de lidar com egos inflados, essencial para comandar Lionel Messi. Em 2007, ele colocou Juan Riquelme na linha para vencer a Libertadores. O estilo mais ofensivo e o fato de estar desempregado também anima, enquanto métodos supostamente ultrapassados reforçam a desconfiança sobre um profissional afastado de clubes há uma temporada.