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Noite impecável, sorte e até lista de Dunga: como Weverton foi à Seleção

01/08/2016 06h10

Como um goleiro que nunca havia sido convocado para a Seleção se torna de um dia para o outro o camisa 1 do Brasil na Olimpíada em casa? E mais: pe escolhido como um dos três jogadores acima de 23 anos, ao lado de Neymar e Renato Augusto. Não há uma só explicação para a escolha de Weverton, do Atlético-PR, mas várias. Os fatores são diversos e envolvem de competência à sorte.

Nesta segunda-feira, o jogador de 28 anos se junta ao grupo verde e amarelo em Brasília. Apesar do pouco tempo de treinamento até a estreia na Rio-2016, contra a África do Sul, quinta-feira, é grande a chance de ele ser titular. Abaixo você entende o que levou Weverton de forma tão surpreendente e rápida a esta condição.

DESEMPENHO E USO DOS PÉS

O motivo mais óbvio e principal: o técnico Rogério Micale e seus auxiliares gostam muito do goleiro. Além de ágil e elástico, Weverton sabe jogar com os pés, talvez melhor até do que Fernando Prass. Isso é fundamental para o modelo de jogo pensado por Micale, que constantemente recorre ao arqueiro para se livrar da pressão da marcação adversária ou iniciar jogadas. Além disto, tem seu espírito de liderança valorizado.

NOITE IMPECÁVEL

Weverton vem bem há tempos, mas recentemente teve uma atuação iluminada. E por sorte ou destino ela ocorreu justamente em um dia em que Micale estava no estádio assistindo ao jogo. Ao lado de Tite, técnico da Seleção principal, ele viu o goleiro do Atlético-PR fazer ótimas defesas e ser o melhor em campo na vitória do Furacão por 3 a 0 sobre o Cruzeiro, no Mineirão, no último dia 11.

- Nos últimos jogos, com a presença do Tite, isso também acabou dando uma valorizada, ele pôde acompanhar de perto, talvez já tivesse ouvido falar, mas ali acompanhou, viu de perto- admitiu o próprio jogador, em entrevista ao site do Atlético-PR.

LISTA DE DUNGA

Micale é o técnico da Seleção olímpica, foi dele a convocação final, mas não foi o técnico que enviou a pré-lista de 35 jogadores à Fifa. A relação foi preparada por Dunga, ex-técnico do Brasil, e o ex-coordenador Gilmar Rinaldi, e contava com nomes que não eram os prediletos de Micale para o lugar de Fernando Prass. As opções disponíveis eram Jean, do Bahia, e Jordi, do Vasco. Assim, a CBF pediu para inscrever um atleta que não estava entre os 35. É bem possível que se a pré-lista tivesse outro nome que agradasse mais ao atual treinador, como por exemplo Marcelo Grohe, do Grêmio, Weverton não teria sido chamado.

LIBERAÇÕES

A pré-lista, contudo, continha um nome que agradava Micale: Alisson, ex-Internacional e hoje na Roma (ITA). Entretanto, o goleiro não foi liberado pelo clube italiano.

Outra opção além de Weverton era Diego Alves, do Valencia. O clube espanhol sinalizou que autorizaria a participação dele na Rio-2016, mas a CBF tinha pressa para achar o substituto de Prass e passou a ver demora nas negociações para a cessão dele e desistiu na tarde de domingo.

PÊNALTIS

Uma das qualidades de Weverton ?é ser bom defensor de pênaltis. Isso também foi levado em conta pela Seleção, que poderá decidir classificação nas penalidades a partir das quartas de final da Olimpíada.

RITMO

O goleiro do Atlético-PR jogou no último sábado, contra o Sport. Ele está em meio de temporada e em alto nível, ao contrário de arqueiros que estão na Europa, ainda iniciando a preparação para os campeonatos que estão prestes a começar.?

PRECEDENTE

A CBF não enfrentou dificuldades para conseguir convocar um jogador que não estava na pré-lista. A Fifa já havia aberto precedente parecido para a seleção de Portugal há pouco tempo e logo avisou ao Brasil que abriria nova exceção nas suas normas. Contudo, em caso de novo corte por lesão após o início da Olimpíada, a Seleção terá apenas quatro opções: Jean, goleiro do Bahia, Gustavo Henrique, zagueiro do Santos, Valdívia, meia do Internacional e Felipe Vizeu, atacante do Flamengo.