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Plano de segurança deixa brechas em regiões próximas a competições olímpicas

01/08/2016 11h24

Cinquenta mil agentes estão no Rio de Janeiro para fortalecer a cidade naquela que era uma das maiores preocupações da população, da organização e do governo antes dos Jogos Olímpicos: a segurança. No entanto, nenhum deles foi capaz de impedir qualquer das três ocorrências recentes em zonas próximas a locais de competições olímpicas ou em importantes vias de acesso para turistas e atletas que chegam para os jogos. Na verdade, os casos ocorreram, justamente, em lugares para os quais o plano de segurança elaborado para o período de disputa das Olimpíadas não previu reforço de patrulhamento.

Segundo apurou o repórter Rodrigo Mattos, do UOL, o plano não inclui entre as áreas especiais a serem protegidas por militares, por exemplo, o Túnel Rebouças. Lá ocorreu, no último sábado (30), um roubo que causou pânico nos motoristas, com carros abandonados e voltando na contramão e troca de tiros - que não foi confirmada pela Polícia Militar. Na noite anterior, perto dali, no Elevado Paulo de Frontin, criminosos se aproveitaram de um acidente para assaltar motoristas. A PM confirmou as ocorrências e que não conseguiu capturar nenhum dos criminosos envolvidos.

As vias estão entre as mais importantes ligações entre as zonas norte - onde fica o Aeroporto Internacional do Galeão - e sul da cidade do Rio. Além disso, a segunda galeria do Túnel Rebouças leva os motoristas à Lagoa Rodrigo de Freitas, em cujas águas competirão remadores e canoístas durante as Olimpíadas. Mas isso não foi o suficiente para que fossem colocadas ao lado das orlas de Copacabana e Barra da Tijuca, do Aterro do Flamengo e das vias expressas Linha Amarela, Vermelha e Transolímpica, que dão acesso do aeroporto para a zona oeste.

Outra ocorrência aconteceu na Rua Paisandu, no Flamengo, na terça-feira (26). Homens armados fizeram um arrastão na área que fica a 500 metros do Aterro do Flamengo, por onde passará a maratona olímpica, e onde há militares para guarnecer a região da Marina da Glória, local das competições de vela. Apesar da proximidade, os militares têm a orientação de intervir se houver ocorrências em suas áreas de atuação, e só podem expandir se houver interrupção das vias.

Apesar dos incidentes, o presidente do COI, Thomas Bach, quando questionado, reiterou sua confiança no plano de segurança elaborado pelas autoridades brasileiras:

- Temos confiança nas medidas de segurança tomadas pelas autoridades. O COI tem monitorado medidas de segurança relacionadas. O que vimos até agora é que podemos confiar nas forças militares e de segurança - afirmou o dirigente.