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Relojoeira 'mais feliz do mundo' é a primeira última colocada da Rio-2016

06/08/2016 11h30

Da pequena Andorra para o Rio de Janeiro. A jornada, que começou há 12 anos, teve seu ápice neste sábado. Justamente no primeiro dia de competições dos Jogos. Na prova do rifle de 10m feminino, a que abriu o calendário. Mesmo que o resultado esteja longe do recorde olímpico batido ainda nas eliminatórias, Esther Alvina Barrugues saiu do stand do Centro olímpico de Deodoro com um sorriso de orelha a orelha. E isso sendo a última colocada da prova. A primeira última do Rio.

Barrugues nasceu em Barcelona. Uma de suas lembranças favoritas é a Olimpíada da cidade.Ela tinha 12 anos na época. Dois anos depois, começou a praticar o tiro. O sonho - e objetivo - era participar de uma edição dos Jogos. Há 13 anos, se mudou para Andorra para trabalhar com o ofício que mantém até hoje: é relojoeira.

Por isso, acorda 5h todos os dias para treinar. Tem uma rotina pesada, com prática de tiro, mas muitos exercícios aeróbicos. Segundo ela, seus passatempos favoritos são correr e nadar, o que faz parte do trabalho como esportiva. À tarde, se foca nos relógios.

- Ainda morava em Barcelona quando teve a Olimpíada de lá. Vi como a cidade mudou. Eu mudei com isso. Meu treinador competiu em Barcelona (Enric Claverol Martinez) e sempre me fala sobre os Jogos. Isso me deixa ainda mais orgulhosa de estar aqui hoje. O Rio é uma cidade fantástica e é uma honra estar aqui - afirmou Barrugues logo depois da competição.

Esther ficou até surpresa ao ser abordada pela reportagem do LANCE!. Ao ser questionada sobre a sensação de ser a primeira última colocada desta edição dos Jogos, ela manteve o sorriso aberto e não disfarçou a emoção ao falar:

- Fui a última? É, possivelmente, devo ter sido. Mas isso não importa. Foi uma longa jornada, dei meu melhor em cada tiro que dei. Cada segundo que tive lá me deixou orgulhosa. Lutei muito e estou orgulhosa disso e de mim.

Ano passado, em Baku, capital do Azerbaijão, Barrugues foi a porta bandeira de Andorra nos Jogos Europeus. Desfilou, como não pôde fazer na última sexta-feira no Rio. Mas ela garante que não trocaria a emoção de entrar no quieto Centro de Tiro nem para repetir o feito do ano passado, quando foi a penúltima colocada do torneio, com 396,1 pontos. Em Deodoro, marcou 396,9, mesma pontuação da brasileira Rosane Budag. As duas estiveram "disputando" a lanterna durante quase toda a prova.

E Esther tem mesmo curtido a Olimpíada. Em seu Instagram, a andorrana nunca escondeu sua empolgação. Fez contagem regressiva, pintou as unhas com motivações olímpicas, mostrou treinos e tem publicado várias fotos com bastidores da Vila Olímpica, muito elogiada por ela. E em quase todas as postagens, a "realização do sonho" está lá. Nas palavras ou hashtags.

Isso porque não foi fácil chegar até o Rio. E isso ficou claro quando ela se posicionou para atirar. Canhota, ela várias vezes sofreu para achar a melhor posição, crucial para um esporte como o tiro, em que é necessário contrrolar os batimentos cardíacos e relaxar. Mesmo garantindo que conseguiu se concentrar, Esther admitiu que as lembranças de todo o ciclo olímpico acabaram passando por sua mente.

Nos últimos dois anos e meio, Barrugues teve de lidar, além dos treinos, com outras importantes decisões. Trocou de arma e prova duas vezes, sofreu com a falta de resultados e desempenho, passou por um divórcio e, tudo isso, sem largar a profissão de relojoeira.

- Esses cinco anéis olímpicos mudam tudo. Valeu! - disse, mais uma vez, emocionada.

Depois, desejou sorte ao repórter e saiu. Sempre com o sorriso no rosto e o orgulho de ter realizado um sonho.

Da pequena Andorra para o Rio de Janeiro. A jornada, que começou há 12 anos, teve seu ápice neste sábado. Justamente no primeiro dia de competições dos Jogos. Na prova da carabina de ar 10m feminino do tiro esportivo, a que abriu o calendário. Mesmo que o resultado esteja longe do recorde olímpico batido ainda nas eliminatórias, Esther Alvina Barrugues saiu do stand do Centro olímpico de Deodoro com um sorriso de orelha a orelha. E isso sendo a última colocada da prova. A primeira última do Rio.

Barrugues nasceu em Barcelona. Uma de suas lembranças favoritas é a Olimpíada da cidade. Ela tinha 12 anos na época. Dois anos depois, começou a praticar o tiro. O sonho - e objetivo - era participar de uma edição dos Jogos. Há 13 anos, se mudou para Andorra para trabalhar com o ofício que mantém até hoje: é relojoeira.

Por isso, acorda 5h todos os dias para treinar. Tem uma rotina pesada, com prática de tiro, mas muitos exercícios aeróbicos. Segundo ela, seus passatempos favoritos são correr e nadar, o que faz parte do trabalho como esportiva. À tarde, se foca nos relógios.

- Ainda morava em Barcelona quando teve a Olimpíada de lá. Vi como a cidade mudou. Eu mudei com isso. Meu treinador competiu em Barcelona (Enric Claverol Martinez) e sempre me fala sobre os Jogos. Isso me deixa ainda mais orgulhosa de estar aqui hoje. O Rio é uma cidade fantástica e é uma honra estar aqui - afirmou Barrugues logo depois da competição.

Esther ficou até surpresa ao ser abordada pela reportagem do LANCE!. Ao ser questionada sobre a sensação de ser a primeira última colocada desta edição dos Jogos, ela manteve o sorriso aberto e não disfarçou a emoção ao falar:

- Fui a última? É, possivelmente, devo ter sido. Mas isso não importa. Foi uma longa jornada, dei meu melhor em cada tiro que dei. Cada segundo que tive lá me deixou orgulhosa. Lutei muito e estou orgulhosa disso e de mim.

Ano passado, em Baku, capital do Azerbaijão, Barrugues foi a porta bandeira de Andorra nos Jogos Europeus. Desfilou, como não pôde fazer na última sexta-feira no Rio. Mas ela garante que não trocaria a emoção de entrar no quieto Centro de Tiro nem para repetir o feito do ano passado, quando foi a penúltima colocada do torneio, com 396,1 pontos. Em Deodoro, marcou 396,9, mesma pontuação da brasileira Rosane Budag. As duas estiveram "disputando" a lanterna durante quase toda a prova.

E Esther tem mesmo curtido a Olimpíada. Em seu Instagram, a andorrana nunca escondeu sua empolgação. Fez contagem regressiva, pintou as unhas com motivações olímpicas, mostrou treinos e tem publicado várias fotos com bastidores da Vila Olímpica, muito elogiada por ela. E em quase todas as postagens, a "realização do sonho" está lá. Nas palavras ou hashtags.

Isso porque não foi fácil chegar até o Rio. E isso ficou claro quando ela se posicionou para atirar. Canhota, ela várias vezes sofreu para achar a melhor posição, crucial para um esporte como o tiro, em que é necessário contrrolar os batimentos cardíacos e relaxar. Mesmo garantindo que conseguiu se concentrar, Esther admitiu que as lembranças de todo o ciclo olímpico acabaram passando por sua mente.

Nos últimos dois anos e meio, Barrugues teve de lidar, além dos treinos, com outras importantes decisões. Trocou de arma e prova duas vezes, sofreu com a falta de resultados e desempenho, passou por um divórcio e, tudo isso, sem largar a profissão de relojoeira.

- Esses cinco anéis olímpicos mudam tudo. Valeu! - disse, mais uma vez, emocionada.

Depois, desejou sorte ao repórter e saiu. Sempre com o sorriso no rosto e o orgulho de ter realizado um sonho.