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Brilhante, Del Potro bate freguês olímpico Djokovic e avança no tênis

07/08/2016 22h55

Foi quase um Brasil x Argentina. De um lado, Juan Martín del Potro. De outro Novak Djokovic. Sim, caro leitor, você leu corretamente. Mas nem com a torcida ao seu lado durante todo o jogo, o sérvio, número 1 do mundo, conseguiu a revanche contra o algoz Del Potro. O mesmo tenista que havia o batido em Londres-2012 na disputa pela medalha de bronze. O mesmo tenista que tira de Djoko a chance de disputar o ouro, seu sonho desde criança. Os mesmo 2 a 0 dos Jogos de quatro anos atrás.

Del Potro foi dominante durante quase todo o jogo. Isso depois de ficar preso no elevador na Vila Olímpica e ser resgatado pela equipe de handebol masculina da argentina horas antes de a partida começar. Mostrou o motivo de já ter sido um dos melhores do mundo. Ele chegou a ser o quarto colocado do ranking da ATP. Atualmente é o 145º. Muito atrapalhado por seguidas e graves contusões. Neste domingo, na quadra central do Centro Olímpico de Tênis jogou como número 1 que poderia ter sido, aliás.

O clima de Copa Davis, Copa do Mundo ou o que você preferir reinou desde o começo da partida. De um lado, os argentinos e seus tradicionais cânticos. Do outro, os brasileiros, que mesmo de uma forma não organizada, gritaram por Djokovic o jogo todo. Vaiaram os argentinos e tentaram falar palavras de incentivo, mesmo que o sérvio não entendesse nada.

Em quadra, o jogo foi equilibrado, com lances geniais de lado a lado. Assim como em Londres, Del Potro foi melhor no tie break e abriu 1 a 0.

A torcida argentina cresceu. A brasileira esperava a reação de Djoko. Que conversou com Deus. Brigou com ele mesmo. E regeu os brasileiros quando conseguiu boas jogadas. Ao fundo, os gritos da torcida do Brasil que viu André Sá e Thomaz Bellucci vencer os irmãos Murray no torneio de duplas também contagiaram os que estavam na quadra central.

Mas Martín continuou lá. Lutando. Jogando. E impedindo que o número 1 do mundo, que vive grande fase, se distanciasse ou se impusesse no placar. A cada vez que Boris Becker, ex-tenista e técnico de Djoko era focalizado pela televisão, dava para perceber a tensão.

Assim como no primeiro set, o jogo foi ao tie break. E, assim como na maioria do jogo, a paralela do argentino funcionou primorosamente. A torcida cantou "Olê, olê, olê, Delpo, Delpo". Merecido. Vitória, festa, choro e muita emoção.

Agora, Del Potro enfrenta o português João Souza na segunda rodada.