Incêndio na Ilha da Madeira altera rotina do futebol português, mas une clubes, jogadores e torcedores
Na última terça, um incêndio devastou o arquipélago da Ilha da Madeira. As cinzas se arrastaram por Portugal e afetaram outras regiões do país, às vésperas do início do campeonato nacional, nesta sexta-feira, às 16h30 (horário de Brasília), com a partida entre Rio Ave e Porto, na Vila do Conde. A combustão prejudicou o planejamento de alguns clubes e fez a federação adiar o jogo entre Nacional e Chaves, marcado para o próximo domingo. No Norte, o Arouca, que enfrenta o Boavista no mesmo dia, foi impedido de treinar nesta quinta-feira e teve que antecipar a viagem a Vila Nova de Gaia.
De acordo com informações da imprensa portuguesa, três pessoas foram mortas e mais de mil ficaram desalojadas em Funchal, capital da Ilha da Madeira.
- O ar está irrespirável. Não há condições de jogarmos neste fim de semana - decretou Rui Alves, presidente do Nacional, que foi obrigado a seguir a rotina de treinamentos em outra cidade.
Em contato com o LANCE!, o meia Nenê Bonilha, ex-Nacional, lamentou o ocorrido, pediu a participação da população e reportou alguns efeitos da tragédia para Funchal.
- É muito triste. Tenho amigos na cidade. Uma pena. É um lugar maravilhoso que não merecia passar por isso. Infelizmente, o incêndio ocorreu na parte alta da cidade, o que impede a ação dos bombeiros - disse o jogador do Vitória de Setúbal.
Do mesmo modo que causou o tumulto, o episódio também serviu para unir clubes, fãs e jogadores. A torcida do Paços de Ferreira recolheu mais de dois mil litros de água, além de leite, bolachas e barras energéticas. Em Lisboa, no Alvalade, o Sporting recebe o Marítimo com uma campanha para recolher alimentos. O Arouca também quer ajudar. O clube anunciou que parte da renda do confronto contra o Olympiacos, na próxima semana, pela Liga Europa, será destinada aos bombeiros.
- São verdadeiros heróis da pátria. É o mínimo que podemos fazer - afirmou o presidente do Arouca, Carlos Pinho, ao LANCE!.
Natural de Funchal, o atacante Cristiano Ronaldo ficou comovido e se colocou à disposição para contribuir financeiramente com a região. O incêndio ocorreu nos arredores da cidade, mas as chamas se propagaram até o centro histórico.
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