Topo

Ouro em 2012, Anthony Joshua comenta mudanças no boxe e fala por que não está lutando no Rio

14/08/2016 19h38

No dia em que o Pavilhão 6 do RioCentro, casa do boxe nas Olimpíadas, recebeu a visita de Floyd Mayweather, a Praia do Leblon contou com a presença do seu oposto. O boxeador britânico Anthony Joshua chegou ao Rio para participar de um treino com o lutador brasileiro do MMA, Junior Cigano, neste domingo (14).

Medalhista de ouro entre os pesos pesados nas Olimpíadas de Londres 2012 e atual campeão mundial pela Federação Internacional de Boxe (IFB, em inglês), Joshua veio acompanhar as lutas decisivas dos Jogos do Rio. E também para mostrar um pouco da personalidade totalmente diferente em relação a "Money" Mayweather.

Enquanto o americano é o "queridinho dos famosos", Anthony Joshua tem na capa de seu site na internet os dizeres: "O futuro campeão do povo". Enquanto Mayweather ostenta a fortuna que ganhou com o boxe, o britânico quer apenas "levar uma vida simples com o que ganhar no boxe". Em comum, a invencibilidade. A do recém aposentado "Money", de 49 lutas. A do recém profissionalizado Joshua, de 17, com impressionantes 17 nocautes. O que o fez ser elogiado pelo ex-pugilista e parceiro de treino deste domingo, Junior Cigano.

- Ele é um grande campeão. Com 26 anos (idade atual de Joshua) o cara foi medalha de ouro em Londres e já é campeão do mundo na IFB. É um talento incrível - declarou o lutador brasileiro do UFC.

Do alto de seu 1,98m de altura, com 2,08m de alcance e de seus 108 quilos, Anthony Joshua bateu um papo com a reportagem do LANCE!, no qual mostrou não entender o "mimimi" em relação aos Jogos no Rio, elogiou as mudanças no boxe olímpico, revelou ter sido convidado pela GB Boxing a participar das Olimpíadas do Rio, e contou por que declinou.

LANCE! - Como é estar no Rio quatro anos após ter ganho o ouro em Londres?

Anthony Joshua - Eu sinto falta de competir. Mas é bom, porque eu posso assistir à distância e relaxado com meus amigos. Posso sentir como as coisas mudaram em quatro anos. Mas é uma honra estar no Brasil para as Olimpíadas, e conhecer o Brasil.

E o que está achando do Brasil?

Só estou aproveitando o momento. Tenho visto algumas pessoas chateadas, reclamando. Mas aqui é lindo! É bonito, tem o sol, a praia, as Olimpíadas... Não há nenhuma razão para reclamar.

Agora boxeadores profissionais podem lutar e alguns países convidaram seus profissionais para disputarem as Olimpíadas. Você chegou a ser convidado pela GB Boxing (Federação de Boxe da Grã-Bretanha)?

Sim. Mas temos lutadores incríveis aqui. Eu só quero que eles vão bem, eu só quero que eles consigam chegar onde eles querem chegar.

Mas não gostaria de estar aqui defendendo sua medalha de ouro?

?Eu gostaria. O problema é que vários amigos cuja caminhada eu vi estão aqui no Brasil ou vão estar em (Tóquio) 2020. Meu coração não me permitiria competir com esses caras. Eu tomei a decisão de me tornar profissional e não acho que seria justo ir lá e tentar acabar com o sonho deles. Eu estou feliz por eles.

O que achou das mudanças no boxe que foram implantadas nestes Jogos?

Achei boas. Mas é difícil, porque é claro que eles vão se machucar mais. É claro que vai haver mais cortes. Mas isso é a Olimpíada e o boxe é uma habilidade que envolve golpear e não ser golpeado e eles vão ter que treinar mais e lidar com isso.

Você treinou com o Cigano. Já pensou em lutar MMA?

?Sim. Já pensei em lutar muay thai, MMA. Mas agora há muito o que fazer no boxe. É muito difícil, você sabe. É muito perigoso. Eu não acho que venha a lutar MMA, mas gosto de assistir.

E quem você gosta de assistir no MMA?

"The Notorious" (Conor McGregor). Eu gosto dele. Ele é um bom cara e está sempre tão confiante... Eu gosto do Nate Díaz também. Gosto do Cigano. Todos que vão lá lutar eu respeito muito.

Como comentarista, qual lutador tem te impressionado mais aqui no Rio?

?Joshua Buatsi (da Grã-Bretanha), da categoria até 81quilos. Você tem que ficar de olho nele!

E o que achou dos pugilistas brasileiros?

Não assisti aqui no Rio. Vi muitos lutarem em Londres, quando eu também lutei. Lá, gostei muito do que lutava na categoria até 75 quilos (Esquiva Falcão, que ficou com a prata naquela edição dos Jogos). Não lembro o nome dele, mas era muito bom.