Choro de neto faz Zé Roberto ver derrota como ainda mais complicada
Um garotinho, com a camisa da Seleção e amarrado numa bandeira do Brasil, atravessa a quadra ainda com a China comemorando a vitória nas quartas de final do torneio olímpico feminino de vôlei. Era Felipe, 6 anos, neto do técnico José Roberto Guimarães, quebrando um protocolo sempre muito rígido durante os Jogos Olímpicos.
Ele ganha afagos e um carinhoso abraço do avô. Mas não consegue para de chorar, já sentado no banco de reservas. A eliminação olímpica foi demais para o menino, que já havia sido mostrado no telão do ginásio, já inconsolável com a derrota que se construía no quinto set.
Zé Roberto admitiu que foi mais complicado lidar com a derrota ao ver o neto naquele estado.
- A derrota se tornou mais difícil. Quando ele chegou chorando lá, lógico que aperta mais o coração. Mas o avô precisa ficar firme. Eu expliquei para ele que isso faz parte da vida, que um dia a gente ganha, um dia a gente perde. O outro time foi melhor. Ele tinha que aprender isso também, e que o mais bonito é a festa que a torcida fez, o apoio. E que a gente precisa treinar mais para ganhar. Foi o que eu tentei passar para ele - comentou o tricampeão olímpico.
Felipe é presença constante nos jogos da Seleção pelo país. Aprendeu a gostar de vôlei desde cedo, sabe o nome de jogadoras adversárias e até dá pitacos ao avô sobre a Seleção. "Ele já sabe quem joga em cada posição", admite Zé. Esteve em toda a campanha brasileira no Rio de Janeiro. Foi comum encontrá-lo fora do Maracanãzinho, por volta de 1h30 da manhã, chutando uma garrafa plástica utilizada como bola. Sempre alegre. Na última madrugada, ele protagonizou uma das cenas mais puras e tristes da Rio-2016.
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