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Alemã já superou derrame e pediu champanhe após bater brasileiras

18/08/2016 08h05

A alemã Laura Ludwig já costuma sorrir em situações comuns do dia a dia. Após faturar a medalha de ouro com a parceira Kira Walkenhorst, nesta quinta-feira, a vida ficou ainda mais alegre. É claro que ela merecia comemorar.

- Preciso de um pouco de champanhe (risos) - disse Laura, já com a medalha de ouro no pescoço e com muito bom humor enquanto respondia os jornalistas.

A dupla derrotou as brasileiras Ágatha e Bárbara Seixas por 2 a 0, na Arena de Copacabana, e confirmou a boa fase. Foi, enfim, a coroação de Ludwig, que já havia ficado em quinto e nono lugar nos Jogos de Londres-2012 e Pequim-2008, respectivamente.

- Os brasileiros fazem muito barulho, mas tivemos foco desde o início até o fim do jogo. Fizemos o nosso próprio barulho - afirmou a atleta, de 30 anos.

Problema para a equipe da casa na partida, o vento também ameaçou as alemãs. Mas Ludwig afirmou que elas estavam preparadas para qualquer situação, fruto do trabalho árduo e dos conselhos de sua comissão técnica.

- Nos últimos meses, mudamos um pouco a nossa maneira de ver o vôlei de praia, graças a nosso técnico. Colocamos maior foco na técnica, que é mais importante do que o resto - contou Laura.

A alegria da jogadora é fruto de uma vida regrada, que entrou realmente nos eixos quando tinha 18 anos. Isso porque a alemã sofreu um início de derrame cerebral enquanto treinava, o que afetou o braço esquerdo e parte da boca.

Segundo a jogadora, até hoje ninguém nunca descobriu a causa exata do problema. Mas o susto serviu para que ela mudasse hábitos. A frase que lhe serviu de base era: "meu corpo é a melhor coisa que tenho".

- Eu tive muita sorte de ter sido algo pequeno. Após três meses, descobri que não era grave e não tive mais problemas. Acho que isso aconteceu porque passei a cuidar melhor do meu corpo - afirmou ao LANCE!, antes da conquista.

Hoje, Ludwig impressiona pela ótima forma física. Fruto de cuidados que vão muito além de uma questão estética. Trata-se de um diferencial nas areias. Os resultados deixam isto bem claro.

No Circuito Mundial, já foram sete conquistas desde 2014: Major de Klagenfurt (ALE), Grand Slams de Olsztyn (POL), Hamburgo (ALE), Yokohama (JAP) e Xangai (CHN), e Opens de Puerto Vallarta (MEX) e Antália (TUR).

Acostumada a frequentar o Brasil desde 2006, quando fez um camping de três meses de treinamentos, a atleta não esconde a "queda" por uma caipirinha e uma cerveja, apesar dos cuidados. Agora, tudo isso está liberado.

- No início, eu não entendia nenhuma palavra em português. Tinha de falar inglês. Amei ver as pessoas jogando vôlei na praia e futevôlei, tomar cerveja e caipirinha (risos).

O Brasil, definitivamente, é uma segunda casa de Laura Ludwig.