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'Rio-2016 teve mais acertos do que erros e deixará saudades'

22/08/2016 06h35

Em outras edições dos Jogos Olímpicos, era quase uma tradição o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) encerrar o evento dizendo que "foi a melhor Olimpíada da história". Até ontem à tarde, pelo menos, o alemão Thomas Bach não havia feito tal avaliação da Rio-2016.

A Olimpíada brasileira foi a melhor da história? Seguramente não. E nem poderia. Para isso, precisaria gastar rios de dinheiro, algo que está em falta em um momento de crise econômica. Mas mesmo com um grande pessimismo local e internacional antes das competições começarem, os Jogos Rio-2016 terminaram ontem com muito mais acertos do que erros, e certamente deixará saudades no coração de todos que viveram estes dias alucinantes.

A Olimpíada do Rio ficará marcada esportivamente pelas despedidas de dois astros mundiais, Michael Phelps e Usain Bolt. Será lembrada também pela paixão dos torcedores brasileiros, que levaram a todas as arenas um clima de arquibancada de futebol - se bem que, em algumas ocasiões, a postura passou dos limites em vaias descabidas, e competições sem brasileiros de destaque tiveram baixísismo público.

O evento na Cidade Maravilhosa também primou pela segurança. Os temores de atentados passaram bem longe do Rio de Janeiro. Incidentes geralmente são inevitáveis, e eles aconteceram. Como nos pequenos furtos na Vila dos Atletas, e na morte de um agente de segurança em uma favela do Rio.

É preciso elogiar também a beleza e funcionalidade das arenas olímpicas, em contraste com alguns tropeços nas instalações, como a falta de comida nas lanchonetes e as longas filas nos primeiros dias.

Em um evento do tamanho de uma Olimpíada, os problemas certamente vão acontecer. É inevitável. A questão é fazer com que eles não roubem a cena. E foi isso o que a Rio-2016 conseguiu. As virtudes foram muito maiores do que os defeitos. No fim das contas, o Brasil tem que se orgulhar e muito deste evento histórico.