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Olimpíada tem mais que o dobro de laureados militares em quatro anos

27/08/2016 09h05

Um sucesso. É dessa forma que o Ministério da Defesa define o Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR) das Forças Armadas, criado em 2008. Nos Jogos do Rio de Janeiro, os números deixaram claro que a parceria entre atletas e a organização foi, de fato, proveitosa: ao todo, 13 das 19 medalhas do país foram de militares.

O projeto teve início visando os Jogos Mundiais Militares de 2011, nos quais o Brasil terminou na liderança do quadro de medalhas, com 114 láureas, sendo 45 de ouro.

À época da realização da Olimpíada de Londres, em 2012, o número de atletas olímpicos vinculados ao programa era de 51. Desses, cinco subiram ao pódio na Inglaterra, com o ouro da judoca Sarah Menezes, e os bronzes dos também judocas Felipe Kitadai, Mayra Aguiar e Rafael Silva, e da pentatleta Yane Marques.

Quatro anos depois, na disputa no Rio de Janeiro, o quadro de competidores aumentou mais de 260%. A delegação brasileira participou dos Jogos com 465 atletas, sendo que 145 eram militares (30% do total).

O número de medalhas, por sua vez, foi maior do que o dobro em comparação a Londres: de cinco para 13.

- O sucesso desse programa é inquestionável, assim como é indubitável a sua contribuição para a elevação do Brasil à condição de potência olímpica no mundo - disse o diretor do Departamento de Desporto Militar no Ministério, Paulo Zuccaro.

Os atletas que integram o programa, além da remuneração destinada à patente (3 Sargento) de R$ 3,2 mil, usufruem das instalações militares para treinos, e de benefícios das Forças Armadas, como plano de saúde, psicólogos, e outras facilidades.

O investimento anual do Ministério da Defesa no programa é de aproximadamente R$ 18 milhões.

O projeto contempla 27 modalidades olímpicas atualmente, com 670 atletas, sendo 594 temporários. Até o momento, não há previsão para aumento no número de esportes, mas não há um limite de competidores que possam se candidatar, já que o quadro é rotativo (oito anos).

A meta é manter o projeto, visando os Jogos Militares de 2019, em Wuhan (CHN), e Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio (JAP).

Com o crescimento do programa, talvez, cenas como a vista na foto acima, com atletas prestando continência no pódio, se tornem mais comuns nesse ciclo olímpico.

OS MEDALHISTAS

Ouro

Os militares brasileiros levaram cinco medalhas de ouro nos Jogos do Rio: Rafaela Silva (judô), Martine Grael e Kahena Kunze (vela), Robson Conceição (boxe), Thiago Braz (atletismo), e Alison e Bruno Schimdt (vôlei de praia).

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Prata

Além dos primeiros lugares, os militares tiveram três pratas, com Felipe Wu (tiro esportivo), Arthur Zanetti (ginástica artística) e Ágatha e Bárbara Seixas (vôlei de praia).

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Bronze

Fechando a lista, foram cinco bronzes: Mayra Aguiar (judô), Rafael Silva (judô), Arthur Nory (ginástica artística), Poliana Okimoto (maratona aquática) e Maicon Andrade (taekwondo).

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Não-militares

No Rio de Janeiro, apenas seis medalhas não tiveram a presença de militares: a prata e bronze de Isaquias Queiroz (canoagem), e sua prata em dupla com Erlon de Souza, o bronze de Diego Hypolito (ginástica artística), e as láureas de ouro no futebol e no vôlei.

ENTENDA O PROGRAMA

Ingresso

As Forças Armadas (Marinha, Exército ou Aeronáutica) publicam edital buscando atletas de uma modalidade. O competidor interessado, então, ingressa por meio de concurso de títulos no programa.

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Duração, salário e estrutura

A participação dura oito anos, que podem ser renovados por novo edital. Nesse período, o atleta recebe a patente de 3 Sargento e, assim, salário de R$ 3,2 mil, e pode aproveitar a estrutura e benefícios das Forças, como locais de treinos, cuidados médicos, e outros.

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Contrapartida

Quando convocados, é obrigatória a participação dos atletas em torneios militares, como os Jogos Mundiais.