Ricardo Costa conquista o primeiro ouro do Brasil nos Jogos Paralímpicos
Saiu a primeira medalha de ouro do Brasil nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro. E de uma maneira emocionante e um tanto inesperada. Ricardo Costa faturou o título no salto em distância da categoria T11 (para deficientes visuais) em seu último salto. Algo impressionante para delírio do público no Engenhão na manhã desta quinta-feira.
Aos 34 anos, o saltador chega ao ápice de sua carreira. Isso porque, apesar da idade, ele disputa sua segunda competição importante na capital carioca. A primeira tinha sido o Mundial de 2015, no Qatar, menos de um ano antes. Indescritível.
E o que falar da vibração do público quando o resultado final da prova foi anunciado? Após liderar quase toda a disputa, Ricardo foi ultrapassado pelo americano Lex Gillette no penúltimo salto por um centímetro: 6,44m contra 6,43m. Até que chegou o momento de encerrar a prova. O brasileiro foi justamente o último a saltar. O atleta correu, caiu na caixa de areia e com a ajuda de seu guia caminhou para esperar o resultado. Aí, apareceu no telão: 6,52m. Foi então, que o público explodiu de emoção. O guia logo passou a pular. Já Ricardo, ao perceber tudo, não escondeu a alegria. A volta olímpica com a bandeira do Brasil foi a coroação de tudo.
Com apenas dois anos de idade, Ricardo já apresentava dificuldade para enxergar. Em 1996, descobriu que possuía a doença de Stargardt, que já estava em estágio avançado e o deixou cego total. Iniciou no esporte com corridas de rua e depois passou para as provas de pista do atletismo. Um medalhista não tão novo pela idade atual, mas precoce no tempo em que compete.
Um detalhe: o saltador é irmão de Silvana Costa, campeã mundial e recordista do mundo no salto em distância T11.
*O repórter viaja a convite da Nissan
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