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Três anos após 'operação Muricy', São Paulo aposta em Marco Aurélio Cunha

09/09/2016 06h40

Ao mirar em Marco Aurélio Cunha para ser o substituto de Gustavo Oliveira como principal figura do departamento de futebol, a diretoria do São Paulo tenta cumprir roteiro semelhante ao seguido pelo clube em 2013. Assim como neste ano, o Tricolor vivia momento turbulento em campo e na política e a chegada de uma figura querida pela torcida foi vista como ideal para estancar os problemas.

Muricy Ramalho foi o nome escolhido pelo então presidente Juvenal Juvêncio, morto em 2015, para ser o grande escudo são-paulino. Com o retorno do ídolo, os torcedores sentiram-se ouvidos e os inimigos políticos foram acalmados diante da medida popular - e populista - da diretoria. E é basicamente essa a estratégia por trás do interesse em Marco Aurélio.

A torcida, nas redes sociais, abraça com fervor a volta do ex-superintendente de futebol do tricolor e atual diretor das Seleções femininas na CBF. A diferença, em relação a Muricy, é que há uma resistência um pouco mais forte e barulhenta entre conselheiros.

Reclamam que Marco ficou muito tempo longe do clube (saiu em 2011), que como conselheiro não poderia ser remunerado para cargo executivo e até por ter deixado a oposição mais ferrenha para ter relação mais próxima com a gestão de Carlos Augusto de Barros e Silva.

Já quem defende a volta de Marco valoriza sua eficiência como porta-voz. Tanto para fazer a interlocução do elenco e da comissão técnica com a diretoria, quanto para o contato com a imprensa. Desde que Leco assumiu, o departamento de comunicação identificou uma carência de figuras atraentes para defender o clube diante das câmeras e microfones, alguém que representasse a torcida.

Marco Aurélio sempre se destacou justamente por essas características, ausentes em Gustavo Oliveira, por exemplo. Nas últimas semanas, o diretor de futebol José Jacobson Neto decidiu, por iniciativa própria, aparecer mais em defesa do clube. Diagnosticou o problema, tratou do tema com os assessores e chamou a responsabilidade. A postura agradou até o elenco, mas é consenso de que é preciso mais. E em Marco Aurélio Cunha eles confiam.