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Seleções de goalball do Brasil avançam com 'sangue nos olhos'

13/09/2016 16h11

Quatro jogos, quatro vitórias, 42 gols marcados e apenas 15 sofridos, primeiro lugar do grupo e favorita ao ouro. A Seleção Brasileira masculina de goalball mostrou na primeira fase dos Jogos Paralímpicos que está no Rio de Janeiro para transformar a prata conquistada quatro anos atrás, em Londres 2012, em ouro. Nesta terça-feira, os brasileiros golearam a Alemanha por 10 a 4 para encerrar a fase inicial do torneio, na Arena do Futuro.

A vitória nem era necessária, já que o time entrou em quadra com a liderança do Grupo A assegurada. Mas a seriedade foi a mesma de todos os jogos. Uma amostra do que os adversários podem esperar nas quartas de final, nesta quarta-feira.

O adversário ainda não está definido, vai depender do fim da rodada. Mas, para os brasileiros, não importa quem estará do outro lado da quadra.

 

- Que venha qualquer um. Vamos jogar com sangue nos olhos contra qualquer gringo que venha querer botar banca. Aqui é a nossa casa - enfatizou Leomon Moreno, autor de dois gols na partida.

 

- Estamos prontos e vamos pegar quem vier. Esse é o discurso. Vamos passar por cima, se Deus quiser - complementou Josemárcio, artilheiro do jogo com quatro gols.

 

A confiança nos discursos dos jogadores do Brasil casa com o desempenho da equipe dentro de quadra. Campeões mundiais em 2014, os brasileiros venceram Suécia (9 a 6), Canadá (11 a 3), Argélia (12 a 2) e Alemanha (10 a 4) na primeira fase. Nenhuma equipe fez tantos gols quanto o Brasil na competição.

 

No feminino, o Brasil precisava vencer a Argélia para empatar com os Estados Unidos na liderança, e o saldo de gols seria o critério de desempate. As brasileiras tinham que vencer e abrir pelo menos cinco gols de vantagem para superar as norte-americanas e terminar a fase de grupos na liderança do grupo. Azar das argelinas, que foram goleadas por 10 a 0 e viram a partida ser encerrada antecipadamente pela vantagem de dez gols.

 

A partida teve uma pitada de polêmica. As argelinas chegaram ao Brasil no meio do campeonato e levaram W.O. nas duas primeiras partidas, contra Estados Unidos e Israel. Com isso, norte-americanas e israelenses tiveram computados a favor o placar de 10 a 0, aumentando bastante o saldo de gols das duas seleções.

 

Autora de seis gols na partida, Victoria Amorim admitiu que a situação envolvendo a adversária teve impacto nas brasileiras e no resultado.

 

- Entrei realmente com raiva delas, com vontade de ganhar. Até brinquei que ia afundá-las - declarou a artilheira do jogo, que fez de tudo para que a partida terminasse antes de o cronômetro zerar. - Quando estava 7 x 0, fiquei com sede e falei: "vamos acabar com esse jogo logo". O técnico falou para eu ir para cima e começamos a nos soltar.

 

Agora, as seleções do Brasil aguardam a definição dos adversários nas quartas de final. No masculino, os prováveis rivais são Turquia e China, embora a Finlândia, atual campeã paralímpica, corra por fora. Já no feminino, Canadá, Ucrânia e Austrália ainda podem terminar na quarta posição do Grupo B. A definição dos cruzamentos ocorre ainda nesta terça, com o desfecho da última rodada na Arena do Futuro.