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Confiança está em falta para Michel Bastos, mas sobra para Cueva

Ricardo Nogueira/Folhapress
Imagem: Ricardo Nogueira/Folhapress

14/09/2016 06h20

De acordo com as explicações do diretor-executivo Marco Aurélio Cunha, uma das razões da queda de desempenho de Michel Bastos é a falta de confiança. O medo de errar tem feito o camisa 7 desistir de concluir as jogadas, em retrato de boa parte do elenco durante a fase conturbada vivida pelo São Paulo.

Há, no entanto, exceções, principalmente no trio ofensivo que foi escalado por Ricardo Gomes na vitória sobre o Figueirense, no último domingo. Chavez brilha com seus seis gols, Kelvin está nos braços da torcida com dribles e assistências e Cueva chama a atenção justamente pela personalidade.

Basta lembrar a estreia do peruano em clássicos. O São Paulo empatava sem gols com o Corinthians em Itaquera, palco de derrotas doloridas para a torcida nos últimos anos, quando o camisa 13 disparou em grande jogada individual e foi parado por Yago na área. O fato de ser recém-chegado e do time estar abalado com a queda na Libertadores não intimidou Cueva, que colocou a bola debaixo do braço e converteu a penalidade no clássico.

Desde então, foram mais três pênaltis marcados a favor do São Paulo, todos com o peruano na bola (dois convertidos e um perdido, mas com gol no rebote). Ele chamou a responsabilidade mesmo diante do capitão Maicon e do agora artilheiro Chavez, algo que não é novo. Na seleção peruana, o badalado Paolo Guerrero também é preterido.

Apesar de ser discreto em momentos como preleções das partidas, Cueva é visto pela comissão técnica como um dos líderes do elenco em campo. A todo tempo é possível vê-lo orientando os companheiros e chamando o jogo. Em alguns momentos, como na derrota para o Juventude na Copa do Brasil, até discutiu com Chavez por erro em contra-ataque e para decidir quem bateria falta na entrada da área.

As comparações de perfil não são feitas apenas com Michel Bastos, que agora terá de reagir após voto de confiança da diretoria e da comissão técnica. Cueva é visto como um jogador com mais influências positivas até do que Paulo Henrique Ganso. E o início com cinco gols e uma assistência em 12 jogos também supera a arrancada do Maestro entre 2012 e 2013, com a mesma quantidade de partidas: um gol e duas assistências.

OUTRAS CRISES DE MICHEL BASTOS

Osorio

Logo nos primeiros jogos de Juan Carlos Osorio, Michel Bastos se mostrou incomodado por deixar de atuar na ponta direita e ser escalado mais recuado. O estopim foi uma substituição contra o Fluminense no Morumbi, respondida com xingamentos.

Silêncio e racismo

Em vitória por 3 a 0 sobre o Sport em 2015, o meia era vaiado a cada toque na bola, mas conseguiu reagir com um gol. Na comemoração, fez gesto de silêncio e irritou torcedores. Mais tarde, no Instagram, foi alvo de ofensa racista de uma torcedora e viu o São Paulo fazer ações contra o crime.

'Migué' e apitaços

O início irregular do time em 2016, com a derrota para o The Strongest (BOL) no Pacaembu, fez com que a maior torcida organizada mirasse em Michel. Houve protestos com um "sósia" chamado de "Migué Bastos", retratado de forma preguiçosa e com garrafa de cerveja na mão.

Invasão e agressão

Na invasão ao CT da Barra Funda, o camisa 7 foi o principal alvo das reclamações e acabou até agredido.