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Mais 'cascuda', Chapecoense tenta surpreender campeão da Liberta

02/11/2016 06h30

Após a classificação histórica sobre o Junior Barranquilla (COL), chegou a hora de a Chapecoense sonhar mais alto. Nesta quarta, às 21h45 (de Brasília), o time do oeste catarinense visita o San Lorenzo (ARG) pelo primeiro jogo das semifinais. Ao LANCE!, o técnico Caio Júnior afirmou ver a Chape "cascuda" para brigar de igual para igual com o campeões da Libertadores de 2014.

- Vamos enfrentar uma pressão enorme, a torcida argentina apoia o tempo todo, é muito aguerrida. Porém, já estamos acostumados. O time viveu isso no ano passado, contra o River Plate, e agora no mata-mata da Sul-Americana. Somos um time experiente, que não se impressiona fácil - disse o treinador.

O River foi o adversário do Verdão do Oeste nas quartas de final do ano passado. Então campeão da Libertadores, o time argentino venceu o jogo de ida no Monumental de Nuñez por 3 a 1. A Chape chegou a vencer por 2 a 1 na Arena Condá. O placar, contudo, não foi suficiente para levar o time adiante.

Não é só isso. Nesta edição do torneio, a Chapecoense penou para passar do Independiente (ARG) - heptacampeão da Libertadores - nas oitavas de final. A decisão foi para os pênaltis após dois empates sem gols. Em noite inspirada do goleiro Danilo, responsável por quatro defesas nas penalidades, o time venceu.

- Vivo a melhor fase da minha carreira, e a Chape vive o melhor momento de sua história. É o segundo ano que o clube joga um campeonato internacional e vai muito bem. Se adaptou à competição - avaliou o "herói" Danilo.

Já nas quartas, a Chape enfrentou problemas de logística e uma longa viagem à Colômbia. Perdeu pelo placar mínimo fora de casa e foi capaz de vencer por 3 a 0 em Chapecó (SC), debaixo de um temporal, para ir à inédita semifinal.

- São provas desse crescimento. Encaramos os adversários fora de casa, seguramos o resultado. A gente já tem certa maturidade - acrescentou Caio.

O treinador já gravou sua história no nome do clube, mas quer ir além. Para encerrar o ano satisfeito, Caio Júnior quer manter o clube na elite do Brasileiro

- em que busca terminar acima da 14ª colocação para superar o recorde do clube na Série A (2015). Atualmente, a Chape está em 11º lugar, com 43 pontos. E, se houver gás, ir à decisão da Sul-Americana.

- Somos um dos quatro melhores times da América e a ficha ainda não caiu. Penso que só vai cair mais para a frente, daqui a uns dez anos, quando as pessoas olharem para trás e lembrarem desse momento, dessa fase tão fantástica. Mas, ainda não acabou. Quero ir à final. Agora está muito perto, não é uma coisa impossível - concluiu o treinador, ecoado por seu atleta.

- É o sonho de todos os jogadores, da comissão, da diretoria, da cidade conquistar esse título. E é um sonho possível. Vamos buscá-lo com toda a nossa garra, toda a nossa força - prometeu Danilo.

A Chapecoense terá a chance de continuar fazendo história na noite desta quarta. O jogo de volta com o San Lorenzo será no dia 23 de novembro, na Arena Condá. Caso avance, o time enfrentará o vencedor entre Cerro Porteño (PAR) e Atlético Nacional (COL) - atual campeão da Libertadores. De degrau em degrau, a equipe catarinense vai mostrando que está cada vez mais cascuda.

Bate-bola com Caio Júnior, técnico da Chapecoense:

'A torcida tem que colocar o time para cima nessa reta final'

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A que se deve essa ascensão da Chapecoense nos últimos anos?

Tem a ver com a seriedade das pessoas do clube, mas é uma soma de fatores. As pessoas são sérias, honestas, organizadas, trabalham no clube como se fosse uma empresa, e essa empresa é bem administrada. Funciona rigorosamente tudo em dia, principalmente em relação a pagamento de salário, premiação e direito de imagem. Temos um bom CT, um bom estádio com estrutura, boa alimentação, sempre ficamos nos melhores hotéis. O grupo de jogadores é muito bom, muito bem escolhido. Você vai somando tudo isso e vai tendo sucesso cada vez mais.

A torcida da Chapecoense faz diferença na Arena Condá?

Acho que ainda o torcedor da Chapecoense é um pouco espectador, vai para o estádio ver o jogo, mas devagarinho tá mundo. E tem que mudar, especialmente nesses últimos jogos, tem que ser muito mais incentivador que espectador. Colocar o time para frente, colocar o time para cima, gritando, incentivando. Esse jogo com o Junior Barranquilla foi fantástico, embaixo de chuva o tempo todo e gritaram o jogo inteiro. Foi inesquecível.