Topo

Hortência apoia punição à Confederação Brasileira de Basquete

14/11/2016 18h56

Após o anúncio da suspensão da Confederação Brasileira de Baquete (CBB) pela Federação Internacional de Basquete (FIBA, em inglês) , a ex-jogadora Hortência , comentou, no programa Tá na Área, do canal SporTV, a situação da confederação e acredita que algo precisava ser feito para resgatar o basquete brasileiro.

- Eu fui procurada pela Fiba nas Olimpíadas para falarem sobre uma possível intervenção deles aqui no Brasil. E aí, eles marcaram um jantar comigo em São Paulo, e a gente teve uma conversa. Então não é novidade para mim essa intervenção. Nós chegamos numa situação tão difícil, o basquete brasileiro, que alguém tinha que fazer alguma coisa para que essa situação mudasse. Então acho que a Fiba resolveu tomar essa atitude de intervir na federação para tentar resolver esses problemas que hoje a gente acompanha pela imprensa, pelas jogadoras, pelos técnicos. Hoje tem categoria de base que não está viajando porque não tem dinheiro. Então é uma situação bem difícil e alguém tinha que tomar essa atitude, que tomou a entidade máxima do basquete mundial - disse.

A ex-jogadora, porém, pede que a situação da Confederação Brasileira seja estudada para que possam ser tomadas medidas.

- Em primeiro lugar, para você falar sobre qualquer mudança, você tem que intervir, tirar as pessoas que estão no comando hoje para fazer uma auditoria e saber a real situação da Confederação. Sem saber a real situação da Confederação, você não vai saber o que tem que ser feito. A área técnica é a que menos me preocupa. Acho que a situação financeira, política da Confederação é o que me preocupa muito. Então acho que antes de fazer qualquer coisa, tem que saber como ela se encontra no momento - afirmou.

Hortência também destaca as diferenças entre as categorias feminina e masculina. Ela acredita que as mulheres serão as mais prejudicadas neste processo.

- A situação do feminino é mais gritante, na minha opinião. Na Olimpíada não foi bem, as categorias de base estavam viajando sem treinar, agora nem viajando estão mais. Então como você vai preparar uma geração daqui a 15 anos, se nem agora elas estão sendo preparadas para daqui a 15 anos. É uma bola de neve. A melhor maneira é parar tudo e começar tudo do zero. Vamos começar a trabalhar a base para daqui a 10, 15 anos. O masculino está numa situação diferente. Nós temos uma liga que segura a competição interna e temos grandes nomes que estão na NBA, que seguraram. Podia ter ido melhor na Olimpíada, mas tem grandes nomes. Mas o feminino nem isso tem mais. Então fica difícil - analisou.

O principal problema, segundo ela, é a má gestão da CBB.

- E você vê que dinheiro realmente entrou dentro da federação. O que aconteceu é que foi mal trabalhado. Tem que saber o que aconteceu ali dentro. Todo mundo está muito aflito. Você não pode preparar uma seleção brasileira ou se apresentar só no aeroporto para poder viajar. Então está participando só por participar? Vamos participar tendo condições. Então se a gente não tem condições de ir, vamos preparar internamente, vamos melhorar isso. Mas em tudo isso se vê a má gestão porque tudo isso é uma questão de gestão. Atletas tem. Então vamos trabalhar esses atletas. E com essa gestão que está aí agora não tem a menor possibilidade - afirmou.

A decisão de suspender a CBB foi tomada na tarde desta segunda-feira pela FIBA em reunião de seu Comitê Executivo, em Mies, na Suíça. Até o dia 28 de janeiro, o Brasil fica impedido de disputar qualquer competição internacional de basquete organizada pela FIBA.