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Brasil é descredenciado pela Agência Mundial Antidoping após falhas

20/11/2016 17h20

A Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) anunciou neste domingo que retirou o credenciamento da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD). O órgão concluiu que Brasil, Azerbaijão e Indonésia estão fora dos padrões de conformidade com o Código Mundial Antidoping, durante reunião de seu conselho de fundadores, em Glasgow, na Escócia.

O Secretário Nacional da ABCD, o ex-judoca Rogério Sampaio, viajou na sexta-feira ao país para participar do encontro. A maior pendência no caso brasileiro está na criação e instalação do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (JAD), que será o responsável por julgar casos de dopagem.

A medida atende à nova legislação da agência mundial, que critica a forma como os processos são avaliados atualmente, com tribunais dentro das federações nacionais. Um dos objetivos é tornar o julgamento mais rápido.

O problema se soma a uma série de insatisfações com o trabalho do país no setor. Em outubro, a logística de coleta de amostras antidopagem dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016 já havia sido caracterizada por falhas "graves", na avaliação de um grupo de observadores independentes da entidade mundial.

O documento mencionava a ausência de pessoal treinado no controle de doping; o planejamento inadequado na escalas dos funcionários; falta de manutenção nas estações de controle de doping; a falta de acesso dos fiscais de doping às áreas de imprensa; falta de equipamento nos centros de controle; problemas no transporte e comida insuficiente para os funcionários; e a falta de conhecimento sobre a localização dos atletas fora do período de competição.

Outra crítica envolveu mudanças "significativas" na troca dos profissionais que atuaram no combate ao doping no período de um ano antes do início dos Jogos.

Em junho, a Wada já havia comunicado que o LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem), responsável por processar análises nos Jogos do Rio-2016, estava suspenso provisoriamente por seis meses.