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Ídolo do Grêmio, Danrlei sonha com fim da fila e quer 'volta dos anos 90'

07/12/2016 10h40

A expectativa paira acima da torcida do Grêmio. Afinal, a equipe está a um passo de sair de erguer uma taça que não ergue há 15 anos. Nesta quarta-feira, às 21h45 (de Brasília), o Tricolor Gaúcho recebe o Atlético-MG na Arena para o segundo jogo da decisão da Copa do Brasil, com a vantagem de ter vencido a ida por 3 a 1 no Mineirão. Ídolo gremista e goleiro da campanha do último título nacional do clube, em 2001, Danrlei mal pode esperar para ver seu time do coração ser campeão novamente.

- Eu sou gremista, nasci gremista, sou identificado com o clube e sofri tanto quanto qualquer outro torcedor com o jejum. Mesmo estando longe, torci para que o Grêmio voltasse a ganhar. É um momento de euforia para mim. Quero que as coisas voltem ao normal, como sempre foi nos anos 90, com o Grêmio à frente, sendo campeão e ganhando títulos - disse o ex-goleiro e atual deputado federal (PSD-RS), ao LANCE!.

O ídolo tem uma considerável coleção de taças com a camisa do Grêmio. Prata da casa, foi revelado em 1993 - ano em que o time voltou para a elite após passar um ano na Série B - e ficou dez anos no time profissional, antes de rumar para o Fluminense, em 2004 - ano em que o time gaúcho acabou rebaixado. No período, foi pentacampeão gaúcho (1993, 1995, 1996, 1999 e 2001), tricampeão da Copa do Brasil (1994, 1997 e 2001), campeão brasileiro (1996), da Recopa (1996) e da Libertadores (1995). A Copa do Brasil de 2001, no entanto, ocupa lugar especial na memória do goleiro.

- Olha, foi importante. Já era meu terceiro na Copa do Brasil, mas o Grêmio era diferente. Ganhou tudo o que podia naquela década e, de repente, teve um hiato, entre 1998 e 2001. Aquele jejum de três anos já era suficiente para começarem a nos pressionar - lembra Danrlei.

- O time tinha mudado, foi remodelado, saíram atletas que haviam sido vencedores durante toda a década de 90. Aquele título de 2001 mostrou que aquele grupo, comigo, Roger Machado, Luís Mário, Zinho, Marcelinho Paraíba... tinha vindo para ganhar. Mostrou que o Grêmio continuaria a ganhar títulos, mesmo com a mudança e a saía dos multicampeões - acrescentou.

Não foi o que aconteceu. 2001 foi o último dos "anos de glória" do Grêmio, que passou a última década e meia na fila e viu o arquirrival Internacional faturar duas edições da Copa Libertadores e uma do Mundial. De acordo com Danrlei, houve erros de estratégia do clube.

- Acabou sendo só aquele título. Houve uma mudança drástica no clube, até mesmo na forma de pensar. Saíram todos os atletas que tinham sido vencedores, como Roger e eu, todos que tinham ganhado títulos. A diretoria mudou totalmente a visão e o pensamento do clube sobre como fazer futebol. Deu no que deu, e o time acabou rebaixado em 2004 - avaliou Danrlei, que vê semelhanças entre a equipe comandada por Renato Portaluppi e aquela comandada por Tite em 2001.

- As duas equipes eram muito bem montadas, taticamente muito boas. Isso fez com que jogos se tornassem não mais fáceis, mas menos difíceis. Tite já tinha conhecimento muito grande, já se mostrava acima da média. Inteligentemente, Renato deu continuidade ao trabalho de Roger como técnico. Manteve uma equipe bem montada, que defensivamente sofria poucos gols. Foi a junção dos dois trabalhos que ajudou o Grêmio chegar aonde chegou. Cada um, dentro do que mais lhe é peculiar, fez o time do Grêmio voltar a ser vencedor - elogiou.

Por fim, Danrlei não esconde a alegria pelo que chama de "retorno aos anos 90". Além do iminente fim da fila do lado azul de Porto Alegre, há o risco de terminar o ano campeão com o maior rival sendo rebaixado para a segunda divisão pela primeira vez na história. A uma rodada do fim, o time vermelho está em 17º lugar, com 42 pontos conquistados.

- Na verdade, o que doeu mesmo nos últimos 15 anos foi não ver o Grêmio ganhando. Nunca me preocupei muito com as conquistas do "outro lado". Doía não ver o Grêmio ter força para chegar às finais, disputar títulos, é o que realmente me deixava mais agoniado, digamos. Não me importava com o Inter, porque cada clube faz sua história. Agora, se for rebaixado, este pode se tornar um ano perfeito para a nação azul - completou o ex-jogador.