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Crise e impeachment influenciam em busca de novo técnico no Corinthians

16/12/2016 06h00

A expressão abatida de Roberto de Andrade na entrevista coletiva em que explicou a demissão do técnico Oswaldo de Oliveira reflete bem a situação vivida pelo presidente corintiano. Alvo de processo de impeachment, o dirigente está fragilizado. E é exatamente por isso que deve adotar agora postura diferente da que teve na escolha do último treinador do Timão.

Há dois meses, o presidente bateu de frente até com aliados e, praticamente sozinho, optou por Oswaldo. A decisão monocrática não deu certo e o enfraqueceu ainda mais politicamente. Agora, Andrade sabe que dificilmente encontrará um nome de consenso, mas pretende ouvir diversas correntes no Parque São Jorge.

Tal postura aumenta o leque de opções alvinegras para o comando da equipe em 2017. Guto Ferreira, atualmente no Bahia, Jair Ventura, do Botafogo, e Vanderlei Luxemburgo, desempregado, são os mais cotados pela cúpula alvinegra - por motivos diferentes. Os dois primeiros são vistos como mais atualizados e promissores, enquanto o veterano é tido como um "escudo" da diretoria e capaz de motivar um elenco que careceu de vibração nesta temporada.

Por outro lado, a ala do clube que antes defendia a contratação de Eduardo Baptista (apalavrado com o Palmeiras para 2017) agora pede a chegada de Paulo Autuori, que está no Atlético-PR. Porém, assim como no caso de Jair Ventura, o fato de o técnico estar empregado em um time que disputará a Copa Libertadores dificulta um possível acerto.

Para achar o nome com melhor aceitação, Roberto de Andrade consulta aliados. A reunião do Conselho Deliberativo do clube, na noite desta quinta-feira, foi usada como um termômetro. Lá ele conversou com algumas das pessoas que decidirão no início do ano que vem se ele terminará o seu mandato, em fevereiro de 2018, ou se será destituído antes.

- Eu sempre ouvi. É um pouco de lenda que fui eu que trouxe o Oswaldo, mas é sempre o presidente que define. Sempre a palavra final é do presidente. Eu não fiquei sozinho no nome do Oswaldo, pelo contrário. Muita gente ficou do lado. Agora não será diferente - disse o mandatário, que há três semanas chegou a ser internado após problema cardíaco.

Mais do que pressa, o Corinthians tem cautela na escolha do técnico.