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Variação, pressão no ataque, legado e base: as ideias de Eduardo Baptista

05/01/2017 14h11

Eduardo Baptista chega ao Palmeiras com um legado de sucesso deixado por Cuca. Até por isso, o treinador diz que irá manter muitas das ideias do seu antecessor para, aos poucos, agregar com o seu estilo de jogo e conceitos que o agradam. Adepto do esquema 4-1-4-1, o novo treinador vê semelhanças entre o posicionamento tático que o Verdão usou no Brasileiro e este que utiliza. Mais do que isto, o espírito do time foi bastante elogiado.

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- O ponto de partida é a postura que eles já tinham com o Cuca. O esquema no papel é o mesmo, variação do 4-3-3 para o 4-1-4-1 ou 4-2-3-1. Vai ser um time que vai ser estudado, perseguido pelos adversários, então vamos ter que criar variáveis - resumiu o treinador.

Para encontrar estas "variáveis", Eduardo diz que trabalha há um mês na Academia de Futebol. Durante o período, analisou 41 jogos do último ano (os 38 do Brasileiro e três do Paulista). Após o estudo e os cinco reforços já anunciados (Raphael Veiga, Hyoran, Guerra, Michel Bastos e Keno), o técnico considera ter condições de montar times com conceitos diferentes, mesclando o que já fez por Sport e Ponte Preta.

- A gente tem uma filosofia de jogo, mas tenho que me adaptar às peças. No Sport, eu tinha um meia como Diego Souza, que fazia a diferença, uma mobilidade que me permitia propor jogo. Na Ponte, a gente ficou um pouco refém sem esse meia. Tinha que atrair mais o adversário para ter uma transição rápida. O sistema era o mesmo, o conceito era um pouco diferente. Pego um Palmeiras em que posso fazer as duas coisas, com meias e volantes que jogam. Vou dar preferência ao jogo. É escolher a melhor forma de jogar, trabalhar. O Cuca já vinha com um conceito e vou agregar coisas boas. Essa pressão na bola que o Cuca conseguiu é muito boa, gosto dela, e vamos agregar algumas coisas. Tentar, como o Cuca tentou, chegar com muitos homens próximos ao gol. São coisas que vamos trabalhar no dia a dia - acrescentou.

Dudu e Alejandro Guerra, por exemplo, foram citados como jogadores que podem mudar o posicionamento do time sem substituições.

- O Dudu é moderno, versátil. No começo de trabalho, acredito ser importante manter o posicionamento, usar cada um na sua função. Com o tempo, com os jogadores me conhecendo, fazendo algumas adaptações. Vejo o Dudu também como terceiro homem de meio - afirmou.

- O Guerra é um jogador como o Dudu, que te surpreende a cada jogo. Na disputa pelo terceiro lugar do Mundial ele aparece como falso 9. Joga na beirada, como terceiro homem fazendo a ponta do triângulo, joga como segundo homem no 4-2-3-1, joga como volante. Ele vai ser usado onde está mais adaptado, como terceiro homem de meio. Um meia com a bola e um volante sem. Cabe à gente criar variações, ver onde ele se sente bem. Com jogadores como Dudu e Guerra, você pode usar dois, três sistemas sem mexer peças - completou.

A análise de Eduardo Baptista não se resume ao time profissional, tanto que nesta tarde o comandante vai para Araraquara (SP) assistir ao jogo do time na Copa São Paulo, contra o Villa Nova (MG).